Ao longo dos últimos três meses o debate econômico tem ganhado destaque nas páginas de jornal de uma maneira voraz e implacável. Porém, como todo profissional do setor comunicação aprende cedo, o espaço no noticiário é reservado ao inédito e/ou inusitado e não a lugares comuns.
O estopim para esse furor em torno da economia global foi o pedido de falência do banco de investimentos fundado pelos irmãos Lehman há 158 anos. Nos dias subsequentes vimos dezenas de outras instituições financeiras sofrendo o impacto de uma abrupta e generalizada redução do crédito no mundo.
O anúncio da perda de 40 mil vagas em um único mês (dados do CAGED) demonstra que a crise não se limitará apenas ao mercado financeiro ou aos países desenvolvidos. O final de ano que normalmente reservamos para celebrar a confraternização ficou mais triste pela turbulência e incerteza que batem à porta.
Como discutir economia neste contexto? Para muitos, o próprio colapso do sistema global é indício de um grandioso fracasso de todos estes profissionais. Como economista de uma geração mais recente gostaria de contribuir com algumas linhas a respeito da natureza da ciência econômica, suas possibilidades e limites.
Economia é uma ciência social que visa explicar as decisões humanas sujeitas a dados iniciais e restrições. Essa última palavra é a que pauta praticamente tudo o que já se escreveu nesta seara. O mundo apresenta limites, as pessoas possuem uma capacidade de trabalho finita, máquinas tem uma vida útil e produtividade máxima dadas... Sujeito a isso, qual o "melhor" que podemos fazer?
Às vezes pode ser muito simples determinar que algumas escolhas são preferíveis a outras. Infelizmente, a esmagadora maioria dos problemas econômicos resulta em decisões sobre perdas e ganhos coletivos em que as diversas alternativas ditas "eficientes" (na medida em que não desperdiçam recursos) são igualmente defensáveis.
O raciocínio econômico pode nos levar a encruzilhadas morais onde as melhores das intenções podem trazer perdas difíceis de serem antecipadas.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Dois poemas curtos
== flickr (R) ==
As imagens passam de maneira breve
E deixam seus vestígios subliminares
Em pouco tempo milhares de lembranças
Formam duas torrentes opostas
De um lado a memória e meus sentimentos
Do outro os implacáveis detalhes eternos
Paradoxo e conflito em lacunas inesperadas
Encurralado e rendido no desafio de olhar
----------------------
== PROBLEMA ==
A vida é um fenômeno solitário em sua essência.
Por que participar da miséria alheia?
Limitando as múltiplas escolhas a duas apenas,
Defina seus espaços de coexistência e contraponto.
Resposta:_________________________________
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As imagens passam de maneira breve
E deixam seus vestígios subliminares
Em pouco tempo milhares de lembranças
Formam duas torrentes opostas
De um lado a memória e meus sentimentos
Do outro os implacáveis detalhes eternos
Paradoxo e conflito em lacunas inesperadas
Encurralado e rendido no desafio de olhar
----------------------
== PROBLEMA ==
A vida é um fenômeno solitário em sua essência.
Por que participar da miséria alheia?
Limitando as múltiplas escolhas a duas apenas,
Defina seus espaços de coexistência e contraponto.
Resposta:_________________________________
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
sublimação do amor (em etapas)
queria te ver morrer feito minha alma gêmea desgarrada,
com todo suplício mútuo, em eterna companhia,
um acalanto a dois, intimista.
...ou talvez um pouco mais...
queria te ver morrer feito pária em família,
para fazer entes queridos sentirem a perda.
ver os lamentos esvaindo dos olhos salgados
e o arrependimento dando lugar ao perdão.
....ou talvez algo além...
queria te ver morrer como farol de seita amistosa,
recebendo o carinho profundo daquelas pessoas
que se mantiveram a uma distância segura,
vítimas de conversas desinteressadas porém fatais.
...ou talvez mais abrangente...
queria te ver falecer vestida de mártir na igreja,
um segundo antes do exército carpideiro ficar a postos,
vítima do lado mais cruel e súbito da natureza.
deixar seu fim antitético em contraponto
a uma vida como tese sóbria e sensata
da existência de um deus criativo e amoroso
ou talvez universal...
queria te ver eterna, levitando alheia a tudo,
diáfana e translúcida, em ritmo de exceção.
vociferando estrofes
(como línguas de fogo manso)
entre acalantos de brandura
(a todas as espécies necessitadas).
fulminando infiéis com um olhar de candor sem cerimônia,
aberta para todos, percebida por quase ninguém --
minha mais querida tragédia humana sem dono...
12.dez.2008 - 03h22min
[esse poema poderia ser enquadrado numa fase de "suturas" afetivas. esporadicamente sinto a necessidade de processar as emoções e sofrimentos do passado de uma maneira que seja saudável. de uma maneira mais orgânica, é como se eu rodasse o "defrag" nessas memórias partidas para deixar a cabeça funcionando melhor. o poema aqui tem um pouco de angústia, um tanto de mágoa, mas não é difícil entender a trajetória evolutiva rumo à sublimação]
com todo suplício mútuo, em eterna companhia,
um acalanto a dois, intimista.
...ou talvez um pouco mais...
queria te ver morrer feito pária em família,
para fazer entes queridos sentirem a perda.
ver os lamentos esvaindo dos olhos salgados
e o arrependimento dando lugar ao perdão.
....ou talvez algo além...
queria te ver morrer como farol de seita amistosa,
recebendo o carinho profundo daquelas pessoas
que se mantiveram a uma distância segura,
vítimas de conversas desinteressadas porém fatais.
...ou talvez mais abrangente...
queria te ver falecer vestida de mártir na igreja,
um segundo antes do exército carpideiro ficar a postos,
vítima do lado mais cruel e súbito da natureza.
deixar seu fim antitético em contraponto
a uma vida como tese sóbria e sensata
da existência de um deus criativo e amoroso
ou talvez universal...
queria te ver eterna, levitando alheia a tudo,
diáfana e translúcida, em ritmo de exceção.
vociferando estrofes
(como línguas de fogo manso)
entre acalantos de brandura
(a todas as espécies necessitadas).
fulminando infiéis com um olhar de candor sem cerimônia,
aberta para todos, percebida por quase ninguém --
minha mais querida tragédia humana sem dono...
12.dez.2008 - 03h22min
[esse poema poderia ser enquadrado numa fase de "suturas" afetivas. esporadicamente sinto a necessidade de processar as emoções e sofrimentos do passado de uma maneira que seja saudável. de uma maneira mais orgânica, é como se eu rodasse o "defrag" nessas memórias partidas para deixar a cabeça funcionando melhor. o poema aqui tem um pouco de angústia, um tanto de mágoa, mas não é difícil entender a trajetória evolutiva rumo à sublimação]
domingo, 26 de outubro de 2008
Sobre vitórias políticas e eleitorais
O resultado das eleições já está definido: 55 500 votos de vantagem para Paes.
É possível que boa parte dos colegas eleitores do Rio tenha votado no candidato que teve menos votos, então como avaliar o resultado? Será que todo esse esforço para exercer nosso dever cívico foi em vão? Em algumas linhas tentarei argumentar que a resposta a essa última pergunta é um sonoro NÃO...
Sei que de partida já pode parecer "papo de perdedor", mas é importante ter em mente que o processo de votação e apuração é apenas uma de diversas etapas do processo eleitoral (que por sua vez representa um momento muito breve e particular da política mais ampla e sempre presente nas nossas vidas). Pois bem, para não ficar perdendo tempo com filosofias e metafísica, vamos aos fatos...
Afirmo que haverá uma composição entre Paes e Gabeira, ou seja, ambos saem vencedores e os perdedores ficam sendo os políticos do século XX que muito pouco fizeram por essa cidade. A analista da GloboNews aventou a possibilidade de Gabeira ter tido uma "derrota eleitoral e vitória política", então como isso pode ser entendido de uma maneira lógica com argumentos bem definidos?
Na edição de sábado último do ex-blog do atual prefeito colocou-se pela primeira vez uma falha grave no atual mecanismo eleitoral brasileiro: Cada eleitor pode, no mesmo dia, votar em sua seção E justificar o não-voto! O pior de tudo é que, se por um lado o sigilo do voto é inviolável, por outro o registro de eleitores que compareceram às urnas e justificaram ausência é aberto, então o TRE-RJ não deve ter dificuldade em efetuar o cruzamento de dados e mapear os eleitores "atípicos" (ausentes e presentes ao mesmo tempo).
Se houve uma diferença de 55 mil votos, bastam 27500 eleitores "atípicos" para melar o processo (para mais informações sobre eleições meladas, ver Bush X Gore na Flórida em 2000). Se ambas as partes estavam cientes dessa "falha" a priori, poderiam ter mobilizado a militância para explorar essa brecha (seria a estratégia "vote e depois pegue a ponte rio-niterói para justificar") como forma de garantir esse trunfo pós-apuração...
Mas a questão é que colocar o processo sub júdice NÃO é bom para ninguém, pois reduz o grau de legitimidade das urnas e ainda impõe custos para realização de um novo pleito, dando como retorno a administração solitária de um eleitorado profundamente dividido. Portanto, o ótimo para ambos é buscar uma barganha política que resulte no compartilhamento de poder. Notem que com esse raciocínio é possível explicar como uma eleição tão acirrada pode resultar numa transição razoavelmente pacífica, mas é certo que quando houver alguma oportunidade para "desvios unilaterais" rentáveis esse acordo de cavalheiros será rompido e provavelmente veremos na mídia local o reflexo desses movimentos de bastidores através de mensaleiros, sanguessugas e outras novidades do folclore político...
Especulando sobre quando haverá o retorno às hostilidades (i.e. quando o equilíbrio com conluio do jogo repetido dos prisioneiros voltará ao seu resultado estático) acho que a data crítica é 2010, com a costura de acordos se iniciando pra valer em outubro de 2009 (quando os políticos precisam definir qual legenda escolherão para o pleito). Até lá, então...
É possível que boa parte dos colegas eleitores do Rio tenha votado no candidato que teve menos votos, então como avaliar o resultado? Será que todo esse esforço para exercer nosso dever cívico foi em vão? Em algumas linhas tentarei argumentar que a resposta a essa última pergunta é um sonoro NÃO...
Sei que de partida já pode parecer "papo de perdedor", mas é importante ter em mente que o processo de votação e apuração é apenas uma de diversas etapas do processo eleitoral (que por sua vez representa um momento muito breve e particular da política mais ampla e sempre presente nas nossas vidas). Pois bem, para não ficar perdendo tempo com filosofias e metafísica, vamos aos fatos...
Afirmo que haverá uma composição entre Paes e Gabeira, ou seja, ambos saem vencedores e os perdedores ficam sendo os políticos do século XX que muito pouco fizeram por essa cidade. A analista da GloboNews aventou a possibilidade de Gabeira ter tido uma "derrota eleitoral e vitória política", então como isso pode ser entendido de uma maneira lógica com argumentos bem definidos?
Na edição de sábado último do ex-blog do atual prefeito colocou-se pela primeira vez uma falha grave no atual mecanismo eleitoral brasileiro: Cada eleitor pode, no mesmo dia, votar em sua seção E justificar o não-voto! O pior de tudo é que, se por um lado o sigilo do voto é inviolável, por outro o registro de eleitores que compareceram às urnas e justificaram ausência é aberto, então o TRE-RJ não deve ter dificuldade em efetuar o cruzamento de dados e mapear os eleitores "atípicos" (ausentes e presentes ao mesmo tempo).
Se houve uma diferença de 55 mil votos, bastam 27500 eleitores "atípicos" para melar o processo (para mais informações sobre eleições meladas, ver Bush X Gore na Flórida em 2000). Se ambas as partes estavam cientes dessa "falha" a priori, poderiam ter mobilizado a militância para explorar essa brecha (seria a estratégia "vote e depois pegue a ponte rio-niterói para justificar") como forma de garantir esse trunfo pós-apuração...
Mas a questão é que colocar o processo sub júdice NÃO é bom para ninguém, pois reduz o grau de legitimidade das urnas e ainda impõe custos para realização de um novo pleito, dando como retorno a administração solitária de um eleitorado profundamente dividido. Portanto, o ótimo para ambos é buscar uma barganha política que resulte no compartilhamento de poder. Notem que com esse raciocínio é possível explicar como uma eleição tão acirrada pode resultar numa transição razoavelmente pacífica, mas é certo que quando houver alguma oportunidade para "desvios unilaterais" rentáveis esse acordo de cavalheiros será rompido e provavelmente veremos na mídia local o reflexo desses movimentos de bastidores através de mensaleiros, sanguessugas e outras novidades do folclore político...
Especulando sobre quando haverá o retorno às hostilidades (i.e. quando o equilíbrio com conluio do jogo repetido dos prisioneiros voltará ao seu resultado estático) acho que a data crítica é 2010, com a costura de acordos se iniciando pra valer em outubro de 2009 (quando os políticos precisam definir qual legenda escolherão para o pleito). Até lá, então...
sábado, 18 de outubro de 2008
Inovações Literárias I - Começando do começo
Confissões de um quase morto-vivo - uma não-ficção paradidática
Saudações! Primeiro gostaria de lhe agradecer pelo imenso privilégio que é ter a SUA atenção exclusiva nessa curiosa empreitada literária. Qualquer escritor há de confirmar como é difícil ser lido por outras pessoas, especialmente pelos analfabetos. Então podemos aproveitar o momento para nos comprazer-nos da oportunidade aproveitada para ter acesso a uma educação minimamente razoável e chegar hoje a um momento bastante peculiar em que podemos iniciar essa comunicação por palavras.
Cuidando ainda de alguns finalmentes, anuncio dois postulados básicos que orientam o modus operandi deste autor zumbi: (1) A verdade não tem dono, (2) É conversando que a gente se entende. Na verdade para ser conceitualmente mais preciso, seria interessante partir de (1) e chegar em (2) dando pequenos passos rigorosos e bem definidos, como numa demonstração matemática. Sim, de fato, há outras maneiras mais herméticas de chegar nas mesmas conclusões, mas confiem em mim, pois um sujeito vivo e morto ao mesmo tempo de repente pode ter razões sólidas para argumentar desta maneira em vez de outra. Mas o interessante é que ao considerarmos (1) e (2) torna-se interessante abrir o espaço para interpretações divergentes da realidade e poucas coisas podem ser tão agradáveis quanto o debate. Sendo assim, disponibilizo o endereço do meu sítio virtual. Nos comentários aos posts teremos um fórum adequado para dialogar (se bem que sou suspeito para falar, pois quem manda lá sou eu! hehe)
Feitos os agradecimentos e o marketing pessoal é chegado o momento de dizer exatamente quem sou, o que fiz e tentar satisfazer a clientela da melhor maneira possível...
-----
Tacada #1 - Identidade
Me chamo Flávio. Pois bem, na verdade como a maioria das pessoas eu tenho um documento de identificação com um monte de outras informações, mas o que importa mesmo é que a maioria das pessoas me conhece como "flávio", puro e simples.
Sou o protagonista e autor destas confissões e sendo assim será necessário explicar meu status de morto-vivo. Notem que essa definição no início pode não fazer lá muito sentido, por isso é bom ter paciência e acreditar no narrador ou então desistir e buscar algo melhor para fazer (pelo que vejo nas livrarias cariocas do início do século XXI, a auto-ajuda continua dominando os mais vendidos). Aqueles com maior quilometragem literária devem naturalmente ter um pouco de ceticismo e podem até fazer a comparação com os meus antepassados, a dupla Brás-Machado. Antes de mais nada, é fácil chegar a um consenso e afirmar categoricamente que a analogia é banal, pois requer uma meia dúzia de bits e um processador vagabundo. Ou seja, um calouro de programação deve ser capaz de, em poucas horas, escrever um código que vasculhe um site como o da amazon.com para separar todos os cem títulos que apresentam a mesma temática central (ouvi dizer outro dia que o Brás fora inspirado num certo Tristram Shandy e achei a acusação de plágio atribuída ao bruxo do Cosme Velho absurdamente pueril). Mas deixemos os apartes de lado.
Há uma vasta gama de trabalhos que têm como foco vida e morte. E isso tem uma explicação bastante simples. Nós vivemos, um dia morreremos e temos quase que uma compulsão por partilhar histórias. E só. Se no ano do centenário da morte de Machado de Assis aproveitamos essa oportunidade para relê-lo e descobrimos que anos antes um certo Laurence Sterne inventara um narrador galhofeiro e descompromissado (pois morto se encontra) não vejo motivo para pânico. O lugarzinho dele entre os grandes seres humanos brasileiros está garantido e eu aposto que meus bisnetos acompanharão as festividades do segundo centenário de sua morte em 2108, confirmando mais uma vez o que as suspeitas do próprio escritor das Memórias Póstumas: "É só escrever uns livrinhos aí, assinar tudo, depois fundar uma ABL (que nem a de Paris) e pronto! mais dia menos dia viro imortal... Bela idéia, Machado... Bela idéia, meu caro..."
Como diz o subtítulo, esta obra é uma "não-ficção", portanto não pretendo perder tempo fazendo ilações a respeito dos pensamentos íntimos de autores mestiços e subdesenvolvidos de 1800 e tal. Prefiro focar na minha verdade particular enquanto sujeito mestiço e subdesenvolvido do novo milênio... Então voltemos à discussão inicial do que vem a ser um "morto-vivo".
Definição 1
vivo - característica peculiar àquilo que possui capacidades cognitivas e que segue uma trajetória com um ponto inicial (nascimento) e um terminal (morte).
Definição 2
morto - o não-vivo.
Parece meio óbvio, mas é bom que seja assim, pois com definições concisas e claras a gente ainda pode ir muito longe. A maioria dos leitores que não teve acesso a uma formação menos humana e mais exata provavelmente não faz a menor idéia do que é uma derivada, então prefiro dar uma intuição básica e depois deixo algumas referêlncias básicas ao final deste raciocínio (o vídeo do YouTube é ótimo...). A derivada é uma informação resumida de uma função matemática. Considere então um automóvel que segue uma trajetória ao longo do tempo que podemos descrever por meio de uma função c(t), com t variando de 0 a T (lê-se "de zero a tê maiúsculo" e não "tesão", isso é matemática, seus pervertidos!). O que importa é que a tal da derivada é um jeito que eu tenho de ter alguma idéia da cara dessa tal função, quando ela for desconhecida. Considere um problema onde é dado o ponto de partida, o ponto de chegada e uma velocidade constante. A velocidade é a derivada de c(t) no contexto automobilístico acima. O grande barato da matemática não é simplesmente fazer um monte de contas, mas tentar representar fenômenos os mais variados de um modo elegante, simples e conciso (é um ramo do conhecimento bastante minimalista).
Se afirmo que sou um morto-vivo é porque acredito que ao longo da minha trajetória pessoal de vida, passei por diversos episódios onde a morte foi a protagonista. E a minha estratégia de sobrevivência basicamente foi "matar a morte e dissecar seu cadáver com muita atenção e respeito". Um título alternativo seria "Lições de anatomia das muitas mortes do flávio", mas convenhamos, seria ainda mais umbigocêntrico do que já é...
Tacada #2 - Bibliografia
Tacada #3 - Machadadas no fio da navalha
Tacada #4 - Copidescando a Loucura Sativa da Donzela Poética
Tacada #5 - São José dos Manos
Tacada #6 - Uma fundação para honrar suicidas
Tacada #7 - Mistérios de Minas
Tacada #8 - Política (de todos e de quase ninguém)
Tacada #9 - Economíadas e o desvario de ciências sociais
Tacada #10 - Sobre guerras e crises (ou O Espólio de Aquiles)
Tacada #11 - O desfecho da ressurreição para a imortalidade
(obs: essa estrutura seria a linha mestra da obra, sujeita a mudanças e adições com o passar do tempo)
Saudações! Primeiro gostaria de lhe agradecer pelo imenso privilégio que é ter a SUA atenção exclusiva nessa curiosa empreitada literária. Qualquer escritor há de confirmar como é difícil ser lido por outras pessoas, especialmente pelos analfabetos. Então podemos aproveitar o momento para nos comprazer-nos da oportunidade aproveitada para ter acesso a uma educação minimamente razoável e chegar hoje a um momento bastante peculiar em que podemos iniciar essa comunicação por palavras.
Cuidando ainda de alguns finalmentes, anuncio dois postulados básicos que orientam o modus operandi deste autor zumbi: (1) A verdade não tem dono, (2) É conversando que a gente se entende. Na verdade para ser conceitualmente mais preciso, seria interessante partir de (1) e chegar em (2) dando pequenos passos rigorosos e bem definidos, como numa demonstração matemática. Sim, de fato, há outras maneiras mais herméticas de chegar nas mesmas conclusões, mas confiem em mim, pois um sujeito vivo e morto ao mesmo tempo de repente pode ter razões sólidas para argumentar desta maneira em vez de outra. Mas o interessante é que ao considerarmos (1) e (2) torna-se interessante abrir o espaço para interpretações divergentes da realidade e poucas coisas podem ser tão agradáveis quanto o debate. Sendo assim, disponibilizo o endereço do meu sítio virtual
Feitos os agradecimentos e o marketing pessoal é chegado o momento de dizer exatamente quem sou, o que fiz e tentar satisfazer a clientela da melhor maneira possível...
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Tacada #1 - Identidade
Me chamo Flávio. Pois bem, na verdade como a maioria das pessoas eu tenho um documento de identificação com um monte de outras informações, mas o que importa mesmo é que a maioria das pessoas me conhece como "flávio", puro e simples.
Sou o protagonista e autor destas confissões e sendo assim será necessário explicar meu status de morto-vivo. Notem que essa definição no início pode não fazer lá muito sentido, por isso é bom ter paciência e acreditar no narrador ou então desistir e buscar algo melhor para fazer (pelo que vejo nas livrarias cariocas do início do século XXI, a auto-ajuda continua dominando os mais vendidos). Aqueles com maior quilometragem literária devem naturalmente ter um pouco de ceticismo e podem até fazer a comparação com os meus antepassados, a dupla Brás-Machado. Antes de mais nada, é fácil chegar a um consenso e afirmar categoricamente que a analogia é banal, pois requer uma meia dúzia de bits e um processador vagabundo. Ou seja, um calouro de programação deve ser capaz de, em poucas horas, escrever um código que vasculhe um site como o da amazon.com para separar todos os cem títulos que apresentam a mesma temática central (ouvi dizer outro dia que o Brás fora inspirado num certo Tristram Shandy e achei a acusação de plágio atribuída ao bruxo do Cosme Velho absurdamente pueril). Mas deixemos os apartes de lado.
Há uma vasta gama de trabalhos que têm como foco vida e morte. E isso tem uma explicação bastante simples. Nós vivemos, um dia morreremos e temos quase que uma compulsão por partilhar histórias. E só. Se no ano do centenário da morte de Machado de Assis aproveitamos essa oportunidade para relê-lo e descobrimos que anos antes um certo Laurence Sterne inventara um narrador galhofeiro e descompromissado (pois morto se encontra) não vejo motivo para pânico. O lugarzinho dele entre os grandes seres humanos brasileiros está garantido e eu aposto que meus bisnetos acompanharão as festividades do segundo centenário de sua morte em 2108, confirmando mais uma vez o que as suspeitas do próprio escritor das Memórias Póstumas: "É só escrever uns livrinhos aí, assinar tudo, depois fundar uma ABL (que nem a de Paris) e pronto! mais dia menos dia viro imortal... Bela idéia, Machado... Bela idéia, meu caro..."
Como diz o subtítulo, esta obra é uma "não-ficção", portanto não pretendo perder tempo fazendo ilações a respeito dos pensamentos íntimos de autores mestiços e subdesenvolvidos de 1800 e tal. Prefiro focar na minha verdade particular enquanto sujeito mestiço e subdesenvolvido do novo milênio... Então voltemos à discussão inicial do que vem a ser um "morto-vivo".
Definição 1
vivo - característica peculiar àquilo que possui capacidades cognitivas e que segue uma trajetória com um ponto inicial (nascimento) e um terminal (morte).
Definição 2
morto - o não-vivo.
Parece meio óbvio, mas é bom que seja assim, pois com definições concisas e claras a gente ainda pode ir muito longe. A maioria dos leitores que não teve acesso a uma formação menos humana e mais exata provavelmente não faz a menor idéia do que é uma derivada, então prefiro dar uma intuição básica e depois deixo algumas referêlncias básicas ao final deste raciocínio (o vídeo do YouTube é ótimo...). A derivada é uma informação resumida de uma função matemática. Considere então um automóvel que segue uma trajetória ao longo do tempo que podemos descrever por meio de uma função c(t), com t variando de 0 a T (lê-se "de zero a tê maiúsculo" e não "tesão", isso é matemática, seus pervertidos!). O que importa é que a tal da derivada é um jeito que eu tenho de ter alguma idéia da cara dessa tal função, quando ela for desconhecida. Considere um problema onde é dado o ponto de partida, o ponto de chegada e uma velocidade constante. A velocidade é a derivada de c(t) no contexto automobilístico acima. O grande barato da matemática não é simplesmente fazer um monte de contas, mas tentar representar fenômenos os mais variados de um modo elegante, simples e conciso (é um ramo do conhecimento bastante minimalista).
Se afirmo que sou um morto-vivo é porque acredito que ao longo da minha trajetória pessoal de vida, passei por diversos episódios onde a morte foi a protagonista. E a minha estratégia de sobrevivência basicamente foi "matar a morte e dissecar seu cadáver com muita atenção e respeito". Um título alternativo seria "Lições de anatomia das muitas mortes do flávio", mas convenhamos, seria ainda mais umbigocêntrico do que já é...
Tacada #2 - Bibliografia
Tacada #3 - Machadadas no fio da navalha
Tacada #4 - Copidescando a Loucura Sativa da Donzela Poética
Tacada #5 - São José dos Manos
Tacada #6 - Uma fundação para honrar suicidas
Tacada #7 - Mistérios de Minas
Tacada #8 - Política (de todos e de quase ninguém)
Tacada #9 - Economíadas e o desvario de ciências sociais
Tacada #10 - Sobre guerras e crises (ou O Espólio de Aquiles)
Tacada #11 - O desfecho da ressurreição para a imortalidade
(obs: essa estrutura seria a linha mestra da obra, sujeita a mudanças e adições com o passar do tempo)
terça-feira, 2 de setembro de 2008
deixe-se acreditar -- mombojó
composição: felipe s. e china
eu quero um samba pra me aquecer
quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser
quantos sambas agüentar dançar
mas não esqueça do nosso trato
da hora de parar
só vamos embora quando tudo terminar
eu vou te levar aonde você quer chegar
eu tenho a chave nada impede a vida acontecer
deixe-se acreditar
nada vai te acontecer
tudo pode ser
nada vai te acontecer, não tema
esse é o reino da alegria
aos leitores: a letra de uma musiquinha pop bacana que também tem serve como cantada diferente na balada para alguma moça já conhecida (isso dá pra inferir por "não esqueça do nosso trato"... qualquer sujeito minimamente esclarecido que já tentou lançar um 'xaveco' sabe que o desfecho não tarda a chegar...
eu quero um samba pra me aquecer
quero algo pra beber, quero você
peça tudo que quiser
quantos sambas agüentar dançar
mas não esqueça do nosso trato
da hora de parar
só vamos embora quando tudo terminar
eu vou te levar aonde você quer chegar
eu tenho a chave nada impede a vida acontecer
deixe-se acreditar
nada vai te acontecer
tudo pode ser
nada vai te acontecer, não tema
esse é o reino da alegria
aos leitores: a letra de uma musiquinha pop bacana que também tem serve como cantada diferente na balada para alguma moça já conhecida (isso dá pra inferir por "não esqueça do nosso trato"... qualquer sujeito minimamente esclarecido que já tentou lançar um 'xaveco' sabe que o desfecho não tarda a chegar...
sábado, 30 de agosto de 2008
"Que seja infinito enquanto dure..."
Hei de me perder mais uma vez entre amores e desvarios,
Como antes me entreguei por completo à submissão insana
Novamente me vejo absorto em pensamentos e solidão,
Embora tente afirmar o meu progresso particular.
A verdade é que não controlo a intensidade após o trauma
E quero muito muito viver novas histórias e emoções.
A entrega por completo parece inédita,
Mas a vivência de outrora me dogmatiza.
Pareço ranzinza, ora ansioso,
Desesperado pela entrega tua.
Antecipo à vítima um compromisso mais puro
Que passa por rimas, carinho e sedução.
Que sentido há em buscar o autodeleite?
Quantos absurdos há na minha opinião?
Não, não quero uma cópia,
Procuro novidades benfazejas
E a inteira união para sempre
Que agüentar.
aos leitores: esse é um dos poemas mais importante da minha breve obra... pessoalmente acho que sintetizei um monte de experiências e frustrações numa declaração de amor com um quê de indiferença, mas a verdade é que tudo que a gente faz está sujeito à avaliação de vocês (leitores). então se a leitura for diferente do que coloquei no início desta ruminação, não há nada que possa fazer...
Como antes me entreguei por completo à submissão insana
Novamente me vejo absorto em pensamentos e solidão,
Embora tente afirmar o meu progresso particular.
A verdade é que não controlo a intensidade após o trauma
E quero muito muito viver novas histórias e emoções.
A entrega por completo parece inédita,
Mas a vivência de outrora me dogmatiza.
Pareço ranzinza, ora ansioso,
Desesperado pela entrega tua.
Antecipo à vítima um compromisso mais puro
Que passa por rimas, carinho e sedução.
Que sentido há em buscar o autodeleite?
Quantos absurdos há na minha opinião?
Não, não quero uma cópia,
Procuro novidades benfazejas
E a inteira união para sempre
Que agüentar.
aos leitores: esse é um dos poemas mais importante da minha breve obra... pessoalmente acho que sintetizei um monte de experiências e frustrações numa declaração de amor com um quê de indiferença, mas a verdade é que tudo que a gente faz está sujeito à avaliação de vocês (leitores). então se a leitura for diferente do que coloquei no início desta ruminação, não há nada que possa fazer...
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Táxi Legal
Esse post é curto e representa minha luta por direitos autorais.
Acredito que o Táxi Legal tem um imenso potencial para melhorar o trânsito carioca.
Com o tempo veremos algumas mudanças significativas na forma que o município atende a demanda por transporte ponto-a-ponto. E até lá já teremos discutido a fundo as necessárias mudanças para atingir um estágio de urbanidade mais evoluída...
aos leitores: essa história de táxis teve um desenvolvimento inusitado... inicialmente constatei um problema grave no trânsito carioca... como qualquer cientista social digno de nota comecei a observar o fenômeno "engarrafamento" e cheguei a uma estimativa "de padeiro" que colocava o percentual de táxis em botafogo como sendo aproximadamente igual a 30% da "população" de veículos parados. após essa simples constatação tentei convencer algum colega meu economista a estabelecer uma parceria, mas todos estavam muito ocupados ou não tinham "saco" pra essa história de trânsito. confesso que isso me frustrou, pois o trânsito é um "bem público" (aos leitores não-economistas: a terminologia adotada é específica às áreas de economia e estatística), ou seja, melhorar o trânsito melhoraria a vida de todos... depois segui uma trajetória exótica tentando extrapolar as amenidades urbanas a algo mais abrangente que deu luz a um projetinho de tese que me parece ser absurdamente interessante... mas sei lá... quem se importa? táxi é coisa de rico...... =P
Acredito que o Táxi Legal tem um imenso potencial para melhorar o trânsito carioca.
Com o tempo veremos algumas mudanças significativas na forma que o município atende a demanda por transporte ponto-a-ponto. E até lá já teremos discutido a fundo as necessárias mudanças para atingir um estágio de urbanidade mais evoluída...
aos leitores: essa história de táxis teve um desenvolvimento inusitado... inicialmente constatei um problema grave no trânsito carioca... como qualquer cientista social digno de nota comecei a observar o fenômeno "engarrafamento" e cheguei a uma estimativa "de padeiro" que colocava o percentual de táxis em botafogo como sendo aproximadamente igual a 30% da "população" de veículos parados. após essa simples constatação tentei convencer algum colega meu economista a estabelecer uma parceria, mas todos estavam muito ocupados ou não tinham "saco" pra essa história de trânsito. confesso que isso me frustrou, pois o trânsito é um "bem público" (aos leitores não-economistas: a terminologia adotada é específica às áreas de economia e estatística), ou seja, melhorar o trânsito melhoraria a vida de todos... depois segui uma trajetória exótica tentando extrapolar as amenidades urbanas a algo mais abrangente que deu luz a um projetinho de tese que me parece ser absurdamente interessante... mas sei lá... quem se importa? táxi é coisa de rico...... =P
Escolha sob Incerteza
I
Engraçado como as pessoas se esbarram.
Uma hora a gente é senhor de si com
Bastante autoridade
Para logo em seguida descobrir
Quanto que já está revelado.
Transgredi os limites da razão,
Vejo o que fôra oculto,
Com puro interesse
E fascinação
Façamos odes à realidade!
E que se viva a surpresa
Em contradição:
"Como é possível tantas miradas
Sem sequer desconfiar
Que estiveste em Trindade!?"
II
Olha só que peculiar coincidência!
Estava pensando em datas a esmo
E em como uma dessas pode calhar de ser
Bem mais próxima de outra qualquer
(Desencontrada...)
A primeira quarta de julho foi dia dois,
E na quinta de manhã pude te ver,
Já pela noite estava no pior pesadelo,
Para logo na segunda te reencontrar
E tudo seguir, como no instante
Em que pude ver algumas fotos
E reparar nas legendas:
Mananciais de informação preciosa
Acompanhada de um delicioso bom humor.
Desvendar, descobrir, saber...
Quem diria...
Trindade...
(Até terça!)
à leitora (se não for essa pessoa específica isso aqui não fará muito sentido): um poeminha que era pra ser inocente... apenas uma constatação de semelhanças que antes eram desconhecidas... espero não lhe ter feito mal... caso contrário, deixo aqui meus mais sinceros pedidos de desculpas...
Engraçado como as pessoas se esbarram.
Uma hora a gente é senhor de si com
Bastante autoridade
Para logo em seguida descobrir
Quanto que já está revelado.
Transgredi os limites da razão,
Vejo o que fôra oculto,
Com puro interesse
E fascinação
Façamos odes à realidade!
E que se viva a surpresa
Em contradição:
"Como é possível tantas miradas
Sem sequer desconfiar
Que estiveste em Trindade!?"
II
Olha só que peculiar coincidência!
Estava pensando em datas a esmo
E em como uma dessas pode calhar de ser
Bem mais próxima de outra qualquer
(Desencontrada...)
A primeira quarta de julho foi dia dois,
E na quinta de manhã pude te ver,
Já pela noite estava no pior pesadelo,
Para logo na segunda te reencontrar
E tudo seguir, como no instante
Em que pude ver algumas fotos
E reparar nas legendas:
Mananciais de informação preciosa
Acompanhada de um delicioso bom humor.
Desvendar, descobrir, saber...
Quem diria...
Trindade...
(Até terça!)
à leitora (se não for essa pessoa específica isso aqui não fará muito sentido): um poeminha que era pra ser inocente... apenas uma constatação de semelhanças que antes eram desconhecidas... espero não lhe ter feito mal... caso contrário, deixo aqui meus mais sinceros pedidos de desculpas...
domingo, 10 de agosto de 2008
Inquérito -- Dia dos pais
"Quadra 8 tumúlo 9 , cemitério Vila morais , segundo domingo de agosto , dia dos Pais"
(Naquele dia mais uma vez , fui tentar da um abraço no meu pai , sei lá , pode parecer loucura, abraçar quem já morreu mais ... só quem perdeu pra saber a falta que faz , de um pai ).
Meti uma peita preta vesti uma lupa escura
Juntei uns Troco pra floricultura.
Queria te dar outro presente Oh Pai uma beca
Uma camisa do timão um cd sei lá , do Zeca.
Mais fazer o que né?
O senhor que escolheu, preferiu o crime do que a
Familia e deu no que deu.
Pôs no peito dos gambezinho medalha de bronze
Passou a fazer aniversário 2/11.
Meteu os ferro roubou que roubou até umas hora , hein !!!
E onde você tá morando agora?
A 7 palmos longe da mãe de mim e da Roberta
Quando alguém pergunta do pai na escola ela Desconversa .
Se alguém ganhou nessa história foi só seu Advogado
Nóis continua morando num quartinho alugado.
E a mãe não teve estômago pra vir te visitar
Nunca mais foi a mesma depois que cê mudou pra cá.
E tem pesadelo vê vulto direto só consegue dormir tomando
Remédio.
Vive com a frase do pm no ouvido
(É minha senhora melhor uma Viúva do que mais um bandido).
[Refrão:2x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
Seus parceiro de ação nunca te abandonaram
Até no cemitério te acompanharam.
Tá lembrado do neguinho pilotão de fuga
Tá aí do teu lado ó em outra sepultura .
E aquele mano que era catador Linha de frente
Tá enterrado numa cova logo ali na frente.
Quem não entrou pra quadrilha dos finado
Tá tirando 10 no fechado do são bernardo.
cê foi baleado Lembra?
Fiquei com cê a noite inteira
Nenhum parceiro veio dá uma de Enfermeira .
Só que quando eu mais precisei cadê? cê não tava
Com 13 anos eu virei o homem da casa .
A mãe sofrendo Doente Vivia em hospital
Larguei a escola pra vender sorvete no Taquaral.
É ... cada lembrança é uma lágrima que cai
Mó saudade, mó saudade do meu pai.
[Refrão:2x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
A mãe tá indo no culto todo domingo
Graças a Deus , acho que se não fosse isso ela já tinha enlouquecido .
Roberta tá moça cresceu que é uma beleza
Já tá até cantando no coral da igreja.
Hoje quando eu te vejo nas fotos em cima do rack
Vivo , positivo , só que nos negativo da kodak .
Lembro do tempo que cê vivia com nós , cê sorria
Mais aí alegria apagou mais rápido que um flash de Fotografia.
E o mesmo crime que te levou por dinheiro Ilusão
Veio te devolve num caixão com flor e algodão.
Olha desculpa se eu falei demais , se eu pesei , fui além
É que eu precisava desabafa com alguém .
Já deu minha hora pai deixa eu ir
cê nunca escutou ninguém e não é Agora que vai me ouvir .
Quem sabe um dia nóis se Tromba nem que seja sonhando
Pra mim te dar o abraço que ficou faltando.
[Refrão:3x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
(É ... eu acho que , a vida do crime , é que nem a dessas flores que eu te trouxe ...No começo parece que vai ser linda sempre , derepente morre , desmancha , só fica os espinhos ... acho que , os espinhos é que nem a saudade , que fica machucando agente , arranhando a nossa memória ... É pai mais um ano sem você , mais um dia dos pais , sem pais , sem pai , só saudade.)
aos leitores: tem gente que tem pai legal (meu caso), tem gente que sofre mais com a figura paterna, ou acaba ignorando sua existência... esse rap ganhou o Prêmio Hutuz 2006 de melhor som do ano (e foi merecido na minha opinião..)
(Naquele dia mais uma vez , fui tentar da um abraço no meu pai , sei lá , pode parecer loucura, abraçar quem já morreu mais ... só quem perdeu pra saber a falta que faz , de um pai ).
Meti uma peita preta vesti uma lupa escura
Juntei uns Troco pra floricultura.
Queria te dar outro presente Oh Pai uma beca
Uma camisa do timão um cd sei lá , do Zeca.
Mais fazer o que né?
O senhor que escolheu, preferiu o crime do que a
Familia e deu no que deu.
Pôs no peito dos gambezinho medalha de bronze
Passou a fazer aniversário 2/11.
Meteu os ferro roubou que roubou até umas hora , hein !!!
E onde você tá morando agora?
A 7 palmos longe da mãe de mim e da Roberta
Quando alguém pergunta do pai na escola ela Desconversa .
Se alguém ganhou nessa história foi só seu Advogado
Nóis continua morando num quartinho alugado.
E a mãe não teve estômago pra vir te visitar
Nunca mais foi a mesma depois que cê mudou pra cá.
E tem pesadelo vê vulto direto só consegue dormir tomando
Remédio.
Vive com a frase do pm no ouvido
(É minha senhora melhor uma Viúva do que mais um bandido).
[Refrão:2x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
Seus parceiro de ação nunca te abandonaram
Até no cemitério te acompanharam.
Tá lembrado do neguinho pilotão de fuga
Tá aí do teu lado ó em outra sepultura .
E aquele mano que era catador Linha de frente
Tá enterrado numa cova logo ali na frente.
Quem não entrou pra quadrilha dos finado
Tá tirando 10 no fechado do são bernardo.
cê foi baleado Lembra?
Fiquei com cê a noite inteira
Nenhum parceiro veio dá uma de Enfermeira .
Só que quando eu mais precisei cadê? cê não tava
Com 13 anos eu virei o homem da casa .
A mãe sofrendo Doente Vivia em hospital
Larguei a escola pra vender sorvete no Taquaral.
É ... cada lembrança é uma lágrima que cai
Mó saudade, mó saudade do meu pai.
[Refrão:2x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
A mãe tá indo no culto todo domingo
Graças a Deus , acho que se não fosse isso ela já tinha enlouquecido .
Roberta tá moça cresceu que é uma beleza
Já tá até cantando no coral da igreja.
Hoje quando eu te vejo nas fotos em cima do rack
Vivo , positivo , só que nos negativo da kodak .
Lembro do tempo que cê vivia com nós , cê sorria
Mais aí alegria apagou mais rápido que um flash de Fotografia.
E o mesmo crime que te levou por dinheiro Ilusão
Veio te devolve num caixão com flor e algodão.
Olha desculpa se eu falei demais , se eu pesei , fui além
É que eu precisava desabafa com alguém .
Já deu minha hora pai deixa eu ir
cê nunca escutou ninguém e não é Agora que vai me ouvir .
Quem sabe um dia nóis se Tromba nem que seja sonhando
Pra mim te dar o abraço que ficou faltando.
[Refrão:3x]
Eu trouxe seu presente pai é um buquê de flores,
E agora o que que eu faço , eu só queria era poder te dar
um abraço.
(É ... eu acho que , a vida do crime , é que nem a dessas flores que eu te trouxe ...No começo parece que vai ser linda sempre , derepente morre , desmancha , só fica os espinhos ... acho que , os espinhos é que nem a saudade , que fica machucando agente , arranhando a nossa memória ... É pai mais um ano sem você , mais um dia dos pais , sem pais , sem pai , só saudade.)
aos leitores: tem gente que tem pai legal (meu caso), tem gente que sofre mais com a figura paterna, ou acaba ignorando sua existência... esse rap ganhou o Prêmio Hutuz 2006 de melhor som do ano (e foi merecido na minha opinião..)
Inquérito -- É Gol!
Composição: Renan / Macari / Pop Black
A vida é como futebol certeza
Cada minuto uma caixinha de surpresa
Não é de hoje que a gente entra perdendo
E consegue virar o jogo no segundo tempo
Tem que vestir a camisa até fora de campo
Pra não fica na reserva esquentando banco
Jogo é jogo mata, mata
Ou cê sai com a medalha ou em cima da maca
Deus tá comigo não tô impedido vou indo
Corro não canso só paro nos 45
Primeira divisão um segundo é pouco irmão
Ninguém quer ser vice-campeão
Ninguém dá nada pra nóis de mão beijada
Por isso é mais gostoso ganhar de virada
É, e o ditado não erra
Os melhor jogador saiu dos campinho de terra
É gol deixa a bola rolar
É gol ninguém vai me parar
É gol meu time vai ganhar
É gol! quando a torcida grita no show
É gol! quando a rede balança mano
É gol! quando o meu time joga eu vou
É gol, é gol, é gol!
Fora do jogo vários parceiros
Que o juiz lá em cima deu o cartão vermelho
Não jogaram direito pisaram na bola, tão fora
E agora não rola querer entrar de sola
Olho no lance muita calma nessa hora
Simbora a torcida tá de olho em você
Lá fora não adianta se esconder
Nem todo dia ela vai tá do seu lado
Tem dia que ela mais parece adversário
Tem dia que é melhor nem sair do vestiário
Olha só o gol que eu fiz
A torcida tá feliz
Mas não vacila não
Só comemora quando a taça tiver na sua mão
Refrão
Eu vou passar, fintar, pedalar
Eu quero ver a torcida gritar: gol!
Ficou pra trás agora jaz
Jogada de efeito é pra quem pode mais
Eu vou passar, fintar, pedalar
Eu quero ver a torcida gritar: gol!
Furo a retranca quebro a banca
Ta lá, não adianta chorar
aos leitores: 2008 tá se mostrando um EXCELENTE ano do ponto de vista musical (pelo menos eu tou gostando muito dos lançamentos até o momento)... "um segundo é pouco" parece ser um álbum e tanto! ah, e essa musiquinha consegue simplesmente ser uma das melhores a lidar com essa paixão nacional que é o futebol...
A vida é como futebol certeza
Cada minuto uma caixinha de surpresa
Não é de hoje que a gente entra perdendo
E consegue virar o jogo no segundo tempo
Tem que vestir a camisa até fora de campo
Pra não fica na reserva esquentando banco
Jogo é jogo mata, mata
Ou cê sai com a medalha ou em cima da maca
Deus tá comigo não tô impedido vou indo
Corro não canso só paro nos 45
Primeira divisão um segundo é pouco irmão
Ninguém quer ser vice-campeão
Ninguém dá nada pra nóis de mão beijada
Por isso é mais gostoso ganhar de virada
É, e o ditado não erra
Os melhor jogador saiu dos campinho de terra
É gol deixa a bola rolar
É gol ninguém vai me parar
É gol meu time vai ganhar
É gol! quando a torcida grita no show
É gol! quando a rede balança mano
É gol! quando o meu time joga eu vou
É gol, é gol, é gol!
Fora do jogo vários parceiros
Que o juiz lá em cima deu o cartão vermelho
Não jogaram direito pisaram na bola, tão fora
E agora não rola querer entrar de sola
Olho no lance muita calma nessa hora
Simbora a torcida tá de olho em você
Lá fora não adianta se esconder
Nem todo dia ela vai tá do seu lado
Tem dia que ela mais parece adversário
Tem dia que é melhor nem sair do vestiário
Olha só o gol que eu fiz
A torcida tá feliz
Mas não vacila não
Só comemora quando a taça tiver na sua mão
Refrão
Eu vou passar, fintar, pedalar
Eu quero ver a torcida gritar: gol!
Ficou pra trás agora jaz
Jogada de efeito é pra quem pode mais
Eu vou passar, fintar, pedalar
Eu quero ver a torcida gritar: gol!
Furo a retranca quebro a banca
Ta lá, não adianta chorar
aos leitores: 2008 tá se mostrando um EXCELENTE ano do ponto de vista musical (pelo menos eu tou gostando muito dos lançamentos até o momento)... "um segundo é pouco" parece ser um álbum e tanto! ah, e essa musiquinha consegue simplesmente ser uma das melhores a lidar com essa paixão nacional que é o futebol...
quarta-feira, 30 de julho de 2008
A conversa (que não houve)
Já se perguntou, amiga, o que aqui fazemos?
Nesse telhado, de frente para o luar,
E os espaços infinitos entre as estrelas,
E os espaços finitos entre todos nós...
Já se perguntou, alguma vez,
O que será que estamos a observar?
Se dias e noites de transeuntes da cidade,
Ou noites e dias de gatos a pular, telha a telha,
Nos lençóis da madrugada.
Onde não existe tempo, não existe idade,
Mas somente a brisa noturna
A acalentar toda alma soturna...
Será que importa o preço do barril?
A nova tendência da moda praia?
O novo artilheiro da vázea?
Será que tudo não passa de uma grande brincadeira?
Ardil de anjos arteiros
Que mesmo nas noites de luar
Gargalham, incontroláveis, até a alegria findar?
E quem cai na armadilha de acreditar
Que somos apenas cidadãos de tal nação,
Trabalhadores orgulhosos de tal corporação,
Fiéis de alguma ou qualquer religião...
Espera sempre pelo céu que há no porvir,
Mas nunca, nunca se prepara,
Para qualquer frustração que há de vir...
Será que existe o telhado?
Será que existe essa conversa?
Será que existem gatos a pular?
Ou, antes de tudo isso,
Existem amigos, e amizades,
Existem seres conscientes de si,
E consciências etéreas, esvoaçantes...
Indetectáveis senão pelo amor, e pela dor,
De observar ao mais belo luar
Sem ter minha amiga para conversar?
raph'08
aos leitores: já já vai virar rotina... chega o dia 31 de julho e eu acabo lembrando de uma parte importante da minha formação como "sujeito-homem"... o que eu tinha pra escrever sobre a moça do retrato acima já está escrito... então abri espaço para um convidado muito especial... Raph Arrais foi um grande amigo dela, além de ter sensibilidade o bastante para escrever um poema num formato que seria difícil para mim...
Nesse telhado, de frente para o luar,
E os espaços infinitos entre as estrelas,
E os espaços finitos entre todos nós...
Já se perguntou, alguma vez,
O que será que estamos a observar?
Se dias e noites de transeuntes da cidade,
Ou noites e dias de gatos a pular, telha a telha,
Nos lençóis da madrugada.
Onde não existe tempo, não existe idade,
Mas somente a brisa noturna
A acalentar toda alma soturna...
Será que importa o preço do barril?
A nova tendência da moda praia?
O novo artilheiro da vázea?
Será que tudo não passa de uma grande brincadeira?
Ardil de anjos arteiros
Que mesmo nas noites de luar
Gargalham, incontroláveis, até a alegria findar?
E quem cai na armadilha de acreditar
Que somos apenas cidadãos de tal nação,
Trabalhadores orgulhosos de tal corporação,
Fiéis de alguma ou qualquer religião...
Espera sempre pelo céu que há no porvir,
Mas nunca, nunca se prepara,
Para qualquer frustração que há de vir...
Será que existe o telhado?
Será que existe essa conversa?
Será que existem gatos a pular?
Ou, antes de tudo isso,
Existem amigos, e amizades,
Existem seres conscientes de si,
E consciências etéreas, esvoaçantes...
Indetectáveis senão pelo amor, e pela dor,
De observar ao mais belo luar
Sem ter minha amiga para conversar?
raph'08
aos leitores: já já vai virar rotina... chega o dia 31 de julho e eu acabo lembrando de uma parte importante da minha formação como "sujeito-homem"... o que eu tinha pra escrever sobre a moça do retrato acima já está escrito... então abri espaço para um convidado muito especial... Raph Arrais foi um grande amigo dela, além de ter sensibilidade o bastante para escrever um poema num formato que seria difícil para mim...
domingo, 27 de julho de 2008
Innocent bystander
Aspirando a fumaça equivocada,
Fechado em copas, de soslaio
Observo trajetórias alheias
Agrido pessas a esmo
Me viro com melancolia
Seguimos perdidos
Á toa
Contando salários
e years.
"É o acumulado no ano....
Federal withholding
Menos uns dez por cento,
Deve ser a retenção na fonte."
(silêncio)
aos leitores: esse é daqueles poemas que meus colegas odiavam nos tempos de colégio... é bastante hermético e cheio das complicações para dificultar a compreensão... um bom começo que é estragado pelo final.
Fechado em copas, de soslaio
Observo trajetórias alheias
Agrido pessas a esmo
Me viro com melancolia
Seguimos perdidos
Á toa
Contando salários
e years.
"É o acumulado no ano....
Federal withholding
Menos uns dez por cento,
Deve ser a retenção na fonte."
(silêncio)
aos leitores: esse é daqueles poemas que meus colegas odiavam nos tempos de colégio... é bastante hermético e cheio das complicações para dificultar a compreensão... um bom começo que é estragado pelo final.
domingo, 13 de julho de 2008
Sobre os Caídos
O orgulho um tanto ferido quanto manchado.
A análise minuciosa do sabor de asfalto.
Uma confusão de dor, vergonha,
Parálise, contato e desonra.
Verdades fraturadas e reconstruídas,
Parcialmente atadas, em ruína.
Filosofando em compulsório repouso,
Revestido de embuste e rima,
Armando um jogo mental furioso
Forjado de bipolaridade cretina.
(incompleto?)
aos leitores: faz parte da fase 'estabaco' deste q vos escreve. a tentativa de rimas vocálicas não ficou tão ruim assim...
A análise minuciosa do sabor de asfalto.
Uma confusão de dor, vergonha,
Parálise, contato e desonra.
Verdades fraturadas e reconstruídas,
Parcialmente atadas, em ruína.
Filosofando em compulsório repouso,
Revestido de embuste e rima,
Armando um jogo mental furioso
Forjado de bipolaridade cretina.
(incompleto?)
aos leitores: faz parte da fase 'estabaco' deste q vos escreve. a tentativa de rimas vocálicas não ficou tão ruim assim...
Manual de Instrução para Quedas
O primeiro passo
Pode ser o bastante.
As evidências acumuladas,
Entretanto,
Registram sucessivos deslocamentos
Até a definição.
Uma pedra no caminho,
A falta de atrito
No terreno acidentado,
Qualquer canelada rasteira
Com seu dolo eventual,
Ou uma casca de banana
Anedótica.
Lugares comuns são estopim
Que suscita a partida sem volta.
Imediatamente registra-se a
Suspensão do descrédito,
Ciência do encontro inesperado
Por vir.
Tombos e estabacos
Habitam um mundo de resultados
Pré-determinados e destino.
A depender das circunstâncias,
Resistir ou contestar será
Em vão.
Após a surpresa constatada,
É preciso aceitar submisso, pois
Existe apenas uma breve janela
para minorar os danos futuros.
Os milissegundos em questão
Permitem somente espasmos
Reacionários.
Durante a próxima etapa
O único papel cabível é o
De espectador privilegiado,
Testemunha ocular do súbito
Rebaixamento de bípede a ser
Rastejante.
Curioso perceber a cronologia
Das sensações invertendo a ordem
E o fato da dor ganhar destaque bem depois de
Um beijo no asfalto.
Uma queda mais ambiciosa
Traz sofrimento crescente e adota
Sutilezas, como os pontos de
Impacto coadjuvantes, onde (aí sim) revela
Pleno potencial.
Pode-se questionar
Equívocos de instante
Ou pensar nas seqüelas a prazo.
Amarras que atam outrora e adiante:
O verdadeiro suplício.
aos leitores: fase 'estabaco'... umas imagens interessantes, uma perspectiva temporal... enfim, são as coisas que me interessam quando paro na frente do teclado pra escrever... até que não ficou tão ruim...
Pode ser o bastante.
As evidências acumuladas,
Entretanto,
Registram sucessivos deslocamentos
Até a definição.
Uma pedra no caminho,
A falta de atrito
No terreno acidentado,
Qualquer canelada rasteira
Com seu dolo eventual,
Ou uma casca de banana
Anedótica.
Lugares comuns são estopim
Que suscita a partida sem volta.
Imediatamente registra-se a
Suspensão do descrédito,
Ciência do encontro inesperado
Por vir.
Tombos e estabacos
Habitam um mundo de resultados
Pré-determinados e destino.
A depender das circunstâncias,
Resistir ou contestar será
Em vão.
Após a surpresa constatada,
É preciso aceitar submisso, pois
Existe apenas uma breve janela
para minorar os danos futuros.
Os milissegundos em questão
Permitem somente espasmos
Reacionários.
Durante a próxima etapa
O único papel cabível é o
De espectador privilegiado,
Testemunha ocular do súbito
Rebaixamento de bípede a ser
Rastejante.
Curioso perceber a cronologia
Das sensações invertendo a ordem
E o fato da dor ganhar destaque bem depois de
Um beijo no asfalto.
Uma queda mais ambiciosa
Traz sofrimento crescente e adota
Sutilezas, como os pontos de
Impacto coadjuvantes, onde (aí sim) revela
Pleno potencial.
Pode-se questionar
Equívocos de instante
Ou pensar nas seqüelas a prazo.
Amarras que atam outrora e adiante:
O verdadeiro suplício.
aos leitores: fase 'estabaco'... umas imagens interessantes, uma perspectiva temporal... enfim, são as coisas que me interessam quando paro na frente do teclado pra escrever... até que não ficou tão ruim...
segunda-feira, 7 de julho de 2008
Seguro de Vida
Antes de mais nada, cumpre observar que este espaço é um lugar para os meus textos pessoais, refletindo portanto a minha opinião, única e exclusivamente. Aqui sou rei e mando e desmando conforme bem entender.
Agora, esses bits e bytes que eternizam meus pensamentos vêm com data marcada indicando exatamente quando foi o instante em que cada coisa foi publicada. Publicar em um blog não é algo imutável, decerto, mas basta deixar tudo quieto por aqui que no final teremos um documento armazenado nos mainframes da Google, confirmando que tais e tais palavras foram registradas em tal dia e tal hora.
Então, se eu faço um breve interlúdio no ritmo das poesias para explicar esses trâmites legais é somente para escrever um seguro de vida no lugar de testamento. Engraçado, né? O melhor lugar para expor acaba sendo o mais universal, pois aqui posso extravasar e descrever fatos com a riqueza de detalhes enorme. Logicamente, é preciso ter responsabilidade perante os fatos para não cair em perjúrio... Segue então uma peça que carinhosamente batizei de O TESTEMUNHO DA VÍTIMA (nomes modificados para evitar o comprometimento dos envolvidos, antes da hora necessária):
+ Fato 1: Conforme o recibo do cartão de débito (Prova 1) às 22h53min da Quinta-Feira, dia 3 de julho de 2008, a vítima pagou a conta em um bar (CABRITO AZUL) localizado no bairro de Botafogo.
+ Fato 2: De acordo com testemunho de um gerente do referido estabelecimento, havia uma preocupação a respeito do bem-estar da vítima e de sua capacidade de voltar para casa sem se acidentar. Também de acordo com o dito gerente, ao sair do bar uma viatura policial passou em frente e parou para averiguar a situação.
+ Fato 3: Após assegurar o gerente de que a vítima seria interpelada para garantir a sua própria segurança, o Sargento HEMATOMAS a abordou acompanhado de mais um elemento, que a imobilizou e a levou a uma localidade então indeterminada onde foi segura junto a uma maca hospitalar, enquanto o referido Sargento esvaziava seus bolsos (Após investigação posterior, confirmou-se que o local do incidente fora a garagem de serviço do Hospital SARRACENO, nas imediações).
+ Fato 4: Após a vítima demonstrar ciência do nome em sua farda de serviço, o referido Sargento alterou seu procedimento, buscando caneta e papel para anotar informações relevantes à rotina da vítima (CPF, RG, local de trabalho), retornando todos os documentos à carteira (Favor referir Prova 2 - camiseta marcada por traços de uma caneta esferográfica azul).
+ Fato 5: Como forma de demonstrar que a ameaça ao bem-estar futuro da vítima era real, o Sargento pegou a muleta de apoio que a vítima portava e golpeou diversas vezes o chão, até que ela se quebrasse (Ver Prova 3).
+ Fato 6: Em seguida a vítima foi libertada, tendo sido retornadas sua carteira e os dois pedaços da muleta. Acredita-se que os elementos tenham mantido consigo o celular Siemens C72 e uma pequena quantia em dinheiro que estava na carteira (por volta de R$30).
Após esse incidente a vítima regressou ao seu domicílio.
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Afinal de contas, pra quê serve esse texto? Acho que o principal problema disso tudo é saber como a vítima pode continuar com a sua rotina e enfrentar esse trauma lastimável. Provavelmente seria uma boa idéia registrar tudo isso o quanto antes em uma mídia que servisse de prova documental de que essas coisas ACONTECERAM sim. Para além de BOs, de denuncismo discado e anônimo, acho que o essencial é colocar o máximo de informações sobre isso o mais rápido possível, de modo que, se qualquer ameaça se concretizar, será possível voltar para bem perto da data em questão e mostrar tudo que já estava lá (violência, ameaça, etc.). Pois, francamente, acredito que essa tal vítima não tenha perdido muito tempo de sua vida tendo contato com bares, hospitais e policiais, a ponto de ser possível tecer qualquer trama sórdida e desabonadora a seu respeito.
E se acontecer um acidente urbano desses que marcam a tragédia do nosso dia-a-dia (atropelamento, latrocínio, bala perdida)? Bom, mais uma vez teremos essas palavras escritas para determinar um ponto de partida para uma investigação realmente profissional. E neste caso, a depender da gravidade do dano, não haverá nada mais a fazer além disso. E que a força da justiça recaia sobre os culpados!
aos leitores: um testemunho sobre um episódio exótico acontecido poucos dias antes deste post ser escrito. foi um jeito de exorcizar o trauma o quanto antes e não ficar achando que a vida é cheia de bicho-papão... (não tem muito valor "estético-literário".
Agora, esses bits e bytes que eternizam meus pensamentos vêm com data marcada indicando exatamente quando foi o instante em que cada coisa foi publicada. Publicar em um blog não é algo imutável, decerto, mas basta deixar tudo quieto por aqui que no final teremos um documento armazenado nos mainframes da Google, confirmando que tais e tais palavras foram registradas em tal dia e tal hora.
Então, se eu faço um breve interlúdio no ritmo das poesias para explicar esses trâmites legais é somente para escrever um seguro de vida no lugar de testamento. Engraçado, né? O melhor lugar para expor acaba sendo o mais universal, pois aqui posso extravasar e descrever fatos com a riqueza de detalhes enorme. Logicamente, é preciso ter responsabilidade perante os fatos para não cair em perjúrio... Segue então uma peça que carinhosamente batizei de O TESTEMUNHO DA VÍTIMA (nomes modificados para evitar o comprometimento dos envolvidos, antes da hora necessária):
+ Fato 1: Conforme o recibo do cartão de débito (Prova 1) às 22h53min da Quinta-Feira, dia 3 de julho de 2008, a vítima pagou a conta em um bar (CABRITO AZUL) localizado no bairro de Botafogo.
+ Fato 2: De acordo com testemunho de um gerente do referido estabelecimento, havia uma preocupação a respeito do bem-estar da vítima e de sua capacidade de voltar para casa sem se acidentar. Também de acordo com o dito gerente, ao sair do bar uma viatura policial passou em frente e parou para averiguar a situação.
+ Fato 3: Após assegurar o gerente de que a vítima seria interpelada para garantir a sua própria segurança, o Sargento HEMATOMAS a abordou acompanhado de mais um elemento, que a imobilizou e a levou a uma localidade então indeterminada onde foi segura junto a uma maca hospitalar, enquanto o referido Sargento esvaziava seus bolsos (Após investigação posterior, confirmou-se que o local do incidente fora a garagem de serviço do Hospital SARRACENO, nas imediações).
+ Fato 4: Após a vítima demonstrar ciência do nome em sua farda de serviço, o referido Sargento alterou seu procedimento, buscando caneta e papel para anotar informações relevantes à rotina da vítima (CPF, RG, local de trabalho), retornando todos os documentos à carteira (Favor referir Prova 2 - camiseta marcada por traços de uma caneta esferográfica azul).
+ Fato 5: Como forma de demonstrar que a ameaça ao bem-estar futuro da vítima era real, o Sargento pegou a muleta de apoio que a vítima portava e golpeou diversas vezes o chão, até que ela se quebrasse (Ver Prova 3).
+ Fato 6: Em seguida a vítima foi libertada, tendo sido retornadas sua carteira e os dois pedaços da muleta. Acredita-se que os elementos tenham mantido consigo o celular Siemens C72 e uma pequena quantia em dinheiro que estava na carteira (por volta de R$30).
Após esse incidente a vítima regressou ao seu domicílio.
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Afinal de contas, pra quê serve esse texto? Acho que o principal problema disso tudo é saber como a vítima pode continuar com a sua rotina e enfrentar esse trauma lastimável. Provavelmente seria uma boa idéia registrar tudo isso o quanto antes em uma mídia que servisse de prova documental de que essas coisas ACONTECERAM sim. Para além de BOs, de denuncismo discado e anônimo, acho que o essencial é colocar o máximo de informações sobre isso o mais rápido possível, de modo que, se qualquer ameaça se concretizar, será possível voltar para bem perto da data em questão e mostrar tudo que já estava lá (violência, ameaça, etc.). Pois, francamente, acredito que essa tal vítima não tenha perdido muito tempo de sua vida tendo contato com bares, hospitais e policiais, a ponto de ser possível tecer qualquer trama sórdida e desabonadora a seu respeito.
E se acontecer um acidente urbano desses que marcam a tragédia do nosso dia-a-dia (atropelamento, latrocínio, bala perdida)? Bom, mais uma vez teremos essas palavras escritas para determinar um ponto de partida para uma investigação realmente profissional. E neste caso, a depender da gravidade do dano, não haverá nada mais a fazer além disso. E que a força da justiça recaia sobre os culpados!
aos leitores: um testemunho sobre um episódio exótico acontecido poucos dias antes deste post ser escrito. foi um jeito de exorcizar o trauma o quanto antes e não ficar achando que a vida é cheia de bicho-papão... (não tem muito valor "estético-literário".
sábado, 5 de julho de 2008
Limiar
Vejo logo à frente
As raias da loucura
Onde euforia e caos dançam em desespero.
Me convidam a participar
Com meu passo ébrio
Das sessões de descontrole e perda.
Não há livre arbítrio
Para decidir racionalmente,
Pois sou um graveto no olho do furacão.
Cambaleio e disfarço,
Sou tragado pela mata escura,
Me tornando a alma da festa macabra.
Insânia e pesadelo
Substanciados na exótica realidade
Que nostalgicamente evoca torturas em anos de chumbo.
Até onde vai a vontade
De resistir sem ser quebrado?
Quanta violência até ouvir gritos de socorro?
E se pestanejar resoluto
Mesmo depois de perder os apoios?
Há que se pensar sempre no dia seguinte,
No próximo e no porvir,
Quando só restarem cicatrizes
E um semblante de couraça inabalável.
De fato, não há
Critérios definitivos,
Nem um limite para o sofrimento.
O que restará quando
Cada osso jazer em pedaços
E a loucura for o único alívio à solidão?
Mais uma dose, por favor.
Aquela última era bem fraquinha...
A noite vai ser longa e vou ficar de pé até o final.
[ 05-jul-2008 | 09h43min ]
obs: dois restar a corrigir...
aos leitores: esse aqui saiu do forno quando o coração ainda palpitava pela agressão e furto que sofri... então é natural que haja feridas abertas que não são particularmente fáceis de cicatrizar. mas com terapia e força de espírito a gente sempre consegue seguir adiante... com lucidez e vontade de chegar mais longe...
As raias da loucura
Onde euforia e caos dançam em desespero.
Me convidam a participar
Com meu passo ébrio
Das sessões de descontrole e perda.
Não há livre arbítrio
Para decidir racionalmente,
Pois sou um graveto no olho do furacão.
Cambaleio e disfarço,
Sou tragado pela mata escura,
Me tornando a alma da festa macabra.
Insânia e pesadelo
Substanciados na exótica realidade
Que nostalgicamente evoca torturas em anos de chumbo.
Até onde vai a vontade
De resistir sem ser quebrado?
Quanta violência até ouvir gritos de socorro?
E se pestanejar resoluto
Mesmo depois de perder os apoios?
Há que se pensar sempre no dia seguinte,
No próximo e no porvir,
Quando só restarem cicatrizes
E um semblante de couraça inabalável.
De fato, não há
Critérios definitivos,
Nem um limite para o sofrimento.
O que restará quando
Cada osso jazer em pedaços
E a loucura for o único alívio à solidão?
Mais uma dose, por favor.
Aquela última era bem fraquinha...
A noite vai ser longa e vou ficar de pé até o final.
[ 05-jul-2008 | 09h43min ]
obs: dois restar a corrigir...
aos leitores: esse aqui saiu do forno quando o coração ainda palpitava pela agressão e furto que sofri... então é natural que haja feridas abertas que não são particularmente fáceis de cicatrizar. mas com terapia e força de espírito a gente sempre consegue seguir adiante... com lucidez e vontade de chegar mais longe...
terça-feira, 1 de julho de 2008
“Festa de rua”
Oh vento que faz cantiga nas folhas
No alto dos coqueirais
Oh vento que ondula as águas
Eu nunca tive saudade igual
(Dorival Caymmi in “Saudade de Itapoã”)
Imprisoned guessing games
A wandering childbearer
A rainy downpour washes away
Puddles into streams
Mais uma brej
Ambiance
Melodies
Odoricrous resins
Synesthesia
Awe
Marvelous conspiracy of the weather
In cohorts with Caymmi’s Bahia
A primordial groove
Denies the mere possibility of tears
Let alone despair
Murmurs of life
Can be read in assorted hues
The unabashing silence
Forecasts a breeze
All is quiet
No need to hurry
Cem barquinhos brancos
Nas ondas do mar
Uma galeota a Jesus levar
Meu Senhor dos Navegantes
Venha me valer
Venha me valer
Venha me valer
Venha me valer
A Conceição da Praia está embandeirada
De tudo quanto é canto muita gente vem
De toda parte vem um baticum de samba
Batuque, capoeira e também candomblé
(Dorival Caymmi in “Festa de rua”)
(21-dez-2006)
Relembrando o passado, na expectativa de que tudo dê certo até 21 de julho...
sábado, 28 de junho de 2008
acróstico I
A moça de quem falo
Não peca pela indiscrição,
Ainda que viva feito pulsar.
Linda como alguma coisa brilhante,
Uma jóia viva e cheia de frescor.
Inocente e sutilmente lasciva,
Suprema em seu jeito manso.
Acho impossível descrevê-la.
Talvez fosse possível
Outra estratégia que
Lidasse com detalhes
E refletisse a luz
Dos seus
Olhos.
Passo em branco e é
Inútil
Zangar-se
Ante seus comentários ferais.
Pois sua essência
É branda e
Só depois de anos
Se fez clara e presente.
Ó, como pude ser tolo!
Acho-te a espécie mais bela!
A noite nos faz cúmplices enquanto
Rumamos aleatoriamente em uníssono.
Ainda falta tanto afeto percebido...
Usei o teu nome como guia,
Julguei a perfeição como ti,
Ou será que fiz só um elogio?
aos leitores: "acrósticos" são uma tradição familiar consolidada a pelo menos três gerações. esse foi o primeiro que fiz, então para facilitar escolhei um nome fácil que tivesse algum histórico mínimo (pois assim evito absurdos como versos sem cadência que não fazem o menor sentido para a pessoa homenageada pelo mesmo, mas para se resguardar é sempre bom adotar uma perspectiva amorosa "vinicius-de-moraesiana"... se rolar rolou, se enrolar enrolar, se ignorar...deixa pra lá... no fundo tanto faz...
Não peca pela indiscrição,
Ainda que viva feito pulsar.
Linda como alguma coisa brilhante,
Uma jóia viva e cheia de frescor.
Inocente e sutilmente lasciva,
Suprema em seu jeito manso.
Acho impossível descrevê-la.
Talvez fosse possível
Outra estratégia que
Lidasse com detalhes
E refletisse a luz
Dos seus
Olhos.
Passo em branco e é
Inútil
Zangar-se
Ante seus comentários ferais.
Pois sua essência
É branda e
Só depois de anos
Se fez clara e presente.
Ó, como pude ser tolo!
Acho-te a espécie mais bela!
A noite nos faz cúmplices enquanto
Rumamos aleatoriamente em uníssono.
Ainda falta tanto afeto percebido...
Usei o teu nome como guia,
Julguei a perfeição como ti,
Ou será que fiz só um elogio?
aos leitores: "acrósticos" são uma tradição familiar consolidada a pelo menos três gerações. esse foi o primeiro que fiz, então para facilitar escolhei um nome fácil que tivesse algum histórico mínimo (pois assim evito absurdos como versos sem cadência que não fazem o menor sentido para a pessoa homenageada pelo mesmo, mas para se resguardar é sempre bom adotar uma perspectiva amorosa "vinicius-de-moraesiana"... se rolar rolou, se enrolar enrolar, se ignorar...deixa pra lá... no fundo tanto faz...
quarta-feira, 25 de junho de 2008
roça libre *
400 ml de coca-cola normal + 6 cubos de gelo + 1 colher de sopa de ovomaltine + 1 dose de pinga = roça libre
* medidas podem variar...
aos leitores: esse drink é horrível, não façam isso em casa (nem com a supervisão dos pais)...
* medidas podem variar...
aos leitores: esse drink é horrível, não façam isso em casa (nem com a supervisão dos pais)...
terça-feira, 17 de junho de 2008
tão simples
novamente há manchas
onde jazia o branco
do inverso destas linhas.
minha mente hesita e dança,
faz mistério e terapia.
desordeira vida urbana
em suplício e agonia!
sem saber qual é o plano,
à espera de uma rima?
quantificando o fôlego manso
do limite à utopia,
risco frases em quebranto --
rotas de fuga ao dia-a-dia:
perseverar ignorando
significados/etimologia
[16.jun.2008 14h22min]
aos leitores: uma fase bacana dos últimos tempos... uma homenagem a santa teresa e seus habitantes (mesmo os temporários)
onde jazia o branco
do inverso destas linhas.
minha mente hesita e dança,
faz mistério e terapia.
desordeira vida urbana
em suplício e agonia!
sem saber qual é o plano,
à espera de uma rima?
quantificando o fôlego manso
do limite à utopia,
risco frases em quebranto --
rotas de fuga ao dia-a-dia:
perseverar ignorando
significados/etimologia
[16.jun.2008 14h22min]
aos leitores: uma fase bacana dos últimos tempos... uma homenagem a santa teresa e seus habitantes (mesmo os temporários)
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Europa (intro) by Max Von Sidow
You will now listen to my voice.
My voice will help you and guide
you still deeper into Europa.
Every time you hear my voice,
with every word and every number,
you will enter a still deeper layer,
open, relaxed and receptive.
I shall now count from one to ten.
On the count of ten,
you will be in Europa.
I say one.
And as you focus your attention
entirely on my voice,
you will slowly begin to relax.
Two.
Your hands and your fingers are
getting warmer and heavier.
Three.
The warmth is spreading through
your arms, to your shoulders
and your neck.
Four.
Your feet and your legs get heavier.
Five.
The warmth is spreading
to the whole of your body.
On six I want you to go deeper.
I say six.
And the whole of your relaxed
body is slowly beginning to sink.
Seven.
You go deeper and deeper and
deeper.
Eight.
On every breath you take you go
deeper.
Nine.
You are floating.
On the mental count of ten you
will be in Europa.
Be there at ten.
I say ten.
aos leitores: um prólogo muito bacana, assistam a esse filme!
My voice will help you and guide
you still deeper into Europa.
Every time you hear my voice,
with every word and every number,
you will enter a still deeper layer,
open, relaxed and receptive.
I shall now count from one to ten.
On the count of ten,
you will be in Europa.
I say one.
And as you focus your attention
entirely on my voice,
you will slowly begin to relax.
Two.
Your hands and your fingers are
getting warmer and heavier.
Three.
The warmth is spreading through
your arms, to your shoulders
and your neck.
Four.
Your feet and your legs get heavier.
Five.
The warmth is spreading
to the whole of your body.
On six I want you to go deeper.
I say six.
And the whole of your relaxed
body is slowly beginning to sink.
Seven.
You go deeper and deeper and
deeper.
Eight.
On every breath you take you go
deeper.
Nine.
You are floating.
On the mental count of ten you
will be in Europa.
Be there at ten.
I say ten.
aos leitores: um prólogo muito bacana, assistam a esse filme!
domingo, 8 de junho de 2008
A number with Mister M
Oh joyful bliss of vengeance
that smythes your puny deeds!
Look how it springs and bursts
at your marveled feet!
Can it be a light for real
and unveil the clout of deceit?
As I await the final deliverance
from this ordeal, let peace
and fortitude prevail,
transcending foes into mincemeat.
And to savor such an exquisite banquet
before awe-struck eyes
hypnotized by debonair.
The boldest moves disguised by a sleigh of hand,
teleporting me into redemption like a trick.
It all seems so simple...
Let this be the only published guidelines
detailing the inner workings that allow you
to go from point A to B
without notice.
There we have it! Out is a man
(replacing the black sheep)
with a blank fearless stance,
cooking his bile and
bringing the most perfect gift.
How did he do that?!
aos leitores: isso aqui foi beem legal, uma vingança pacífica... uma tentativa de recuperar um pinguinho de dignidade perante pessoas que me acompanharam durante a infância... vou me reservar o direito de só falar isso neste espaço.
that smythes your puny deeds!
Look how it springs and bursts
at your marveled feet!
Can it be a light for real
and unveil the clout of deceit?
As I await the final deliverance
from this ordeal, let peace
and fortitude prevail,
transcending foes into mincemeat.
And to savor such an exquisite banquet
before awe-struck eyes
hypnotized by debonair.
The boldest moves disguised by a sleigh of hand,
teleporting me into redemption like a trick.
It all seems so simple...
Let this be the only published guidelines
detailing the inner workings that allow you
to go from point A to B
without notice.
There we have it! Out is a man
(replacing the black sheep)
with a blank fearless stance,
cooking his bile and
bringing the most perfect gift.
How did he do that?!
aos leitores: isso aqui foi beem legal, uma vingança pacífica... uma tentativa de recuperar um pinguinho de dignidade perante pessoas que me acompanharam durante a infância... vou me reservar o direito de só falar isso neste espaço.
sábado, 7 de junho de 2008
Eterno retorno
”Luto preto é vaidade
Neste funeral de amor
O meu luto é a saudade
E saudade não tem cor”
(Noel Rosa in “Silêncio de um minuto”)
Contei as horas e repassei cada momento em sua companhia
Lamentando a ira juvenil logo de partida
Maravilhado com a trama urdida a fado
De novo persisti monolítico
Esvaziando as rotas de fuga
Acompanho as velhas pegadas
Corríamos loucos ribanceira abaixo
A perfeita sincronia
A negação do indivíduo
Desesperadamente
Como ao final da maratona de dança
Olhei o suor no chão
Contando a história gota a gota
o que foi construído
o que já se perdeu
o que ainda vive em mim
Não
Não compreenderiam a intensidade do vínculo
Muito além das horas no dia
Aspirando à cumplicidade plena
Se fosse preciso reduzir
Tanto tempo a um único derradeiro instante
Passaria feliz a eternidade
A descartar bagagens ao umbral da porta
Para içá-la bem alto
Rodando e rodando
Em pânico de beijos e abraços e
Aplacar o turbilhão da saudade
(04-dez-2006 17h40min / um poeminha perdido entre bytes)
aos leitores: uma reciclagem poética... acho que foi uma das duas melhores poesias que poderia dedicar à 'donzela poética'... lembrança do regresso de uma viagem longa.
sexta-feira, 6 de junho de 2008
"Um drinque à distância"
tava lá no começo da rua... sentado em um banco, com uma cervejinha no outro e as muletas encostadas num terceiro, vazio,
e então começaram a aparecer umas frases...
(é difícil acontecer de repente, sabe?)
era algo mais ou menos assim...
(pronto, acabou...)
aos leitores: para uma amiguinha bacana que não pude conhecer em pessoa...
e então começaram a aparecer umas frases...
(é difícil acontecer de repente, sabe?)
era algo mais ou menos assim...
um brinde à bebida ausente!
eu te saúdo mesmo à distância,
imaginando ébrias alegrias,
como se estivesse tão próxima
quanto a nossa comunicação...
(pronto, acabou...)
aos leitores: para uma amiguinha bacana que não pude conhecer em pessoa...
sexta-feira, 16 de maio de 2008
another trance poem
after hours
never skip a beat
trance until you follow
step away while you leave
never skip a beat
drive into the night
quite lost but unafraid
awake until tomorrow
chooning away
too deep
-cronopios-
-2008.05.16-
aos leitores: da época em que estava de 'castigo' em casa, escutando uma radiozinha de trance pela internet... tentei escrever algo no estilo, mas o resultado ficou pífio...
4 AM -- Kaskade
Sleepless gliding
Over the city lights
Watch us flying
Over the streets tonight
And I say
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way
I know that someday we will surely find it
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way I know
Someday, there's a way
Someday, there's a way I know it
Sunday morning
Watching the city sleep
Dreams are shining
Finally they're within reach
aos leitores: uma letra que escutei algumas vezes em uma rádio de trance... mas sei lá... acho que foi uma modinha pessoal que já passou...
Over the city lights
Watch us flying
Over the streets tonight
And I say
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way
I know that someday we will surely find it
There's a way, there's a way I know
There's a way, there's a way I know
Someday, there's a way
Someday, there's a way I know it
Sunday morning
Watching the city sleep
Dreams are shining
Finally they're within reach
aos leitores: uma letra que escutei algumas vezes em uma rádio de trance... mas sei lá... acho que foi uma modinha pessoal que já passou...
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Instinto maternal que desafia a natureza (ou Yom Kippur)
O assunto de hoje é o relacionamento
entre duas espécies distintas,
arquétipo milenares.
Artista e sua obra
que realiza o grande sonho
renascentista:
Parla!
E eu digo agora:
É o seu dia.
Muito penso sobre essa data
e é tanto que sinto.
Melodias em voz de soprano
da menininha com seus filhotes.
Enleio e acalanto.
Quantas memórias doces poderia elencar...
Para ser breve passo à próxima,
pois é a mais importante.
A criança mudara anunciando um desafio:
-- Quero ser gente por mim mesmo e abandonar o abrigo.
Viver aventuras ignotas!
Logo naquele instante um coração hemorragia
E a ferida aberta nunca poderia doer tanto.
Caso não percebesse na hora,
em seguida a veria ser partilhada
com distinta solidariedade.
Now here I am, mother,
Trying to dissuade you,
Avoiding most of the shrapnel,
And I endure amid some cries,
Hardly faltering as I plod along
My via crucis.
But such is our love,
We had amended.
Much more sincere than an armistice
Are the peaceful terms settled.
Mediado pela moça de versos
Que me convenceu a voltar a amá-la,
Como nem mesmo minha própria mãe
Haveria de merecer.
The higher we jump, the harder we fall.
So I felt a conspiring sweep
Eliminate the steady ground below.
Skydiving into a ravine...
Defy all logic, and please
Transfer to me guilt
From the decade past.
I beg of you!
Denounce your offspring and
Make do with a knife slashing through
Your first-born.
There you have it now:
Blood splurting at our feet
Can't really tell whether it's
Yours, mine or his.
Parece que pode ser a gota d'água
E olhamos assustados
Para o ser hostil a nossa frente.
(De todos os mitos helênicos,
Medéia inspira o máximo temor.
Transgride o porto seguro materno
E vitima entre contos de ninar...)
Machuca o esforço de ser otimista.
Ignorando cargas recentes,
Aquiesço a tolos pedidos
E desobstruo as mesmas portas de sempre.
Dia das mães.
Dia do perdão.
aos leitores: esse é outro dos complicados... cheio de histórias... cheios de mágoas... buscando alguma reconciliação, pois a vida é curta demais para acumular rancores...
entre duas espécies distintas,
arquétipo milenares.
Artista e sua obra
que realiza o grande sonho
renascentista:
Parla!
E eu digo agora:
É o seu dia.
Muito penso sobre essa data
e é tanto que sinto.
Melodias em voz de soprano
da menininha com seus filhotes.
Enleio e acalanto.
Quantas memórias doces poderia elencar...
Para ser breve passo à próxima,
pois é a mais importante.
A criança mudara anunciando um desafio:
-- Quero ser gente por mim mesmo e abandonar o abrigo.
Viver aventuras ignotas!
Logo naquele instante um coração hemorragia
E a ferida aberta nunca poderia doer tanto.
Caso não percebesse na hora,
em seguida a veria ser partilhada
com distinta solidariedade.
Now here I am, mother,
Trying to dissuade you,
Avoiding most of the shrapnel,
And I endure amid some cries,
Hardly faltering as I plod along
My via crucis.
But such is our love,
We had amended.
Much more sincere than an armistice
Are the peaceful terms settled.
Mediado pela moça de versos
Que me convenceu a voltar a amá-la,
Como nem mesmo minha própria mãe
Haveria de merecer.
The higher we jump, the harder we fall.
So I felt a conspiring sweep
Eliminate the steady ground below.
Skydiving into a ravine...
Defy all logic, and please
Transfer to me guilt
From the decade past.
I beg of you!
Denounce your offspring and
Make do with a knife slashing through
Your first-born.
There you have it now:
Blood splurting at our feet
Can't really tell whether it's
Yours, mine or his.
Parece que pode ser a gota d'água
E olhamos assustados
Para o ser hostil a nossa frente.
(De todos os mitos helênicos,
Medéia inspira o máximo temor.
Transgride o porto seguro materno
E vitima entre contos de ninar...)
Machuca o esforço de ser otimista.
Ignorando cargas recentes,
Aquiesço a tolos pedidos
E desobstruo as mesmas portas de sempre.
Dia das mães.
Dia do perdão.
aos leitores: esse é outro dos complicados... cheio de histórias... cheios de mágoas... buscando alguma reconciliação, pois a vida é curta demais para acumular rancores...
domingo, 9 de março de 2008
Maiêutica (ou Parindo Artigos)
Balança do poder e o pacifismo brasileiro na América do Sul sob uma perspectiva racionalista. Uma análise de disputas com a Argentina que não desencadearam em conflitos armados (1870-1991)
Como explicar o pacifismo brasileiro? Desde o fim da Guerra do Paraguai o Brasil se absteve do uso da força ante seus vizinhos sul-americanos. Este artigo pretende estudar a relação entre dois potenciais adversários continentais que não se valeram da guerra para comunicar suas preferências até finalmente firmarem o Tratado de Asunción que criou o Mercado Comum do Sul.
A partir de uma análise racionalista e variáveis quantitativas avalia-se quão (im)provável seria um enfrentamento bélico entre Brasil e Argentina no período que vai de 1870 a 1991.
----------------------------------------
Ao lado da linguagem escrita e do comércio, guerras aparecem como manifestações universais de vida em sociedade. Trata-se de um elemento inextricável da paisagem humana, tanto que não é fácil determinar nem mesmo períodos breves em que o mundo se viu livre de conflitos armados. O historiador militar alemão Carl von Clausewitz em sua frase mais célebre afirma a “naturalidade” de enfrentamentos bélicos ao apresentar a guerra como “uma continuação da política, por outros meios”. A despeito de questionamentos quanto ao seu caráter destrutivo, a agressão militar integra, a qualquer instante, o conjunto de escolhas disponíveis a governantes mundo afora.
As relações internacionais brasileiras destoam do padrão de comportamento apresentado acima. Desde a Guerra do Paraguai em 1870 o Brasil não mobiliza tropas para resolver conflitos regionais pelo uso da força. Ao abdicar por tanto tempo de um recurso amplamente utilizado por outras nações, a diplomacia brasileira apresenta um curioso dilema: Por que somos tão pacíficos?
Embora a questão seja simples em sua formulação, uma resposta satisfatória seria demasiado extensa e estaria além das capacidades do autor. Em vez disso, prefiro considerar um problema distinto mas relacionado à mesma agenda de pesquisa: Quão improvável é o pacifismo brasileiro?
O instrumental adotado para esta investigação é o de teorias racionalistas, que visam algum sentido lógico no comportamento de nações no plano externo, se distanciando de explicações baseadas nas características idiossincráticas de mandatários ou em peculiaridades culturais específicas a cada povo. (...)
Como explicar o pacifismo brasileiro? Desde o fim da Guerra do Paraguai o Brasil se absteve do uso da força ante seus vizinhos sul-americanos. Este artigo pretende estudar a relação entre dois potenciais adversários continentais que não se valeram da guerra para comunicar suas preferências até finalmente firmarem o Tratado de Asunción que criou o Mercado Comum do Sul.
A partir de uma análise racionalista e variáveis quantitativas avalia-se quão (im)provável seria um enfrentamento bélico entre Brasil e Argentina no período que vai de 1870 a 1991.
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Ao lado da linguagem escrita e do comércio, guerras aparecem como manifestações universais de vida em sociedade. Trata-se de um elemento inextricável da paisagem humana, tanto que não é fácil determinar nem mesmo períodos breves em que o mundo se viu livre de conflitos armados. O historiador militar alemão Carl von Clausewitz em sua frase mais célebre afirma a “naturalidade” de enfrentamentos bélicos ao apresentar a guerra como “uma continuação da política, por outros meios”. A despeito de questionamentos quanto ao seu caráter destrutivo, a agressão militar integra, a qualquer instante, o conjunto de escolhas disponíveis a governantes mundo afora.
As relações internacionais brasileiras destoam do padrão de comportamento apresentado acima. Desde a Guerra do Paraguai em 1870 o Brasil não mobiliza tropas para resolver conflitos regionais pelo uso da força. Ao abdicar por tanto tempo de um recurso amplamente utilizado por outras nações, a diplomacia brasileira apresenta um curioso dilema: Por que somos tão pacíficos?
Embora a questão seja simples em sua formulação, uma resposta satisfatória seria demasiado extensa e estaria além das capacidades do autor. Em vez disso, prefiro considerar um problema distinto mas relacionado à mesma agenda de pesquisa: Quão improvável é o pacifismo brasileiro?
O instrumental adotado para esta investigação é o de teorias racionalistas, que visam algum sentido lógico no comportamento de nações no plano externo, se distanciando de explicações baseadas nas características idiossincráticas de mandatários ou em peculiaridades culturais específicas a cada povo. (...)
O Racionalismo e a Ciência Política (abstract)
Uma das questões fundamentais no estudo da teoria política diz respeito aos aspectos que determinam a praxe no mundo real. As mais diversas explicações a considerar podem, do ponto de vista comportamental, serem divididas entre as idiossincráticas e as generalizadoras.
Não me parece difícil argumentar em benefício das últimas em detrimento das primeiras. Mas antes de mais nada precisamos determinar critérios e formas de comparação a serem partilhados.
Este artigo discute a multiplicidade de caminhos na elaboração de uma ciência política e defende o racionalismo como direção a seguir. Sem se concentrar em um único problema específico, o autor pretende não apenas discorrer sobre vantagens como também comentar limitações inerentes a essa abordagem. Trata-se de um ensaio informal a respeito da metodologia em ciências sociais.
Não me parece difícil argumentar em benefício das últimas em detrimento das primeiras. Mas antes de mais nada precisamos determinar critérios e formas de comparação a serem partilhados.
Este artigo discute a multiplicidade de caminhos na elaboração de uma ciência política e defende o racionalismo como direção a seguir. Sem se concentrar em um único problema específico, o autor pretende não apenas discorrer sobre vantagens como também comentar limitações inerentes a essa abordagem. Trata-se de um ensaio informal a respeito da metodologia em ciências sociais.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Reminiscências de 2002 -- Prelúdio (?)
De dia e de noite vozes esparsas indagam errantes:
−Que vês na poesia?
Arte simplória de palavras cinésias,
Embuste retinto ludibriando leitores,
Revoltas num autorama de brinquedo oxidado,
Proposta de outra vida, entrelinhas.
Por que se alimentas da poesia?
Minha sina remonta a tempos longínquos,
Emana a presença da busca por caminho;
Juventude imaculada pelo ódio, amor e virtude,
Fruto de desavenças apenas vistas,
Um paradoxo inexistente a me iludir…
−Poeta malandro! que enrola e se esquiva,
Responde! Responde! Pra quê inventar poesia?
Vidas, pessoas, fantasias são como cartas em um baralho;
Normalmente se confundem, às vezes se destacam.
−Agora foges dissimulado, petulante…
Que mal há nas interrogações?
Que dor é essa que em suas elipses se expõe?
O estudo das coisas e ponto
Não traz o conforto, apenas benfeitoria.
A conivência de amores em chama
Desfaz o remoto e apenas definha.
Um salário, dois carros, renome e um Porsche
Tudo que é ou não é Nada… a nada expia.
De repente só durmo acordado
E o meu peito em prelúdio constante vigia,
Percebe a presença das liras e confirma:
− “Como eu gosto e desgosto essa voraz poesia!”
[ 27-jul-2002 ]
−Que vês na poesia?
Arte simplória de palavras cinésias,
Embuste retinto ludibriando leitores,
Revoltas num autorama de brinquedo oxidado,
Proposta de outra vida, entrelinhas.
Por que se alimentas da poesia?
Minha sina remonta a tempos longínquos,
Emana a presença da busca por caminho;
Juventude imaculada pelo ódio, amor e virtude,
Fruto de desavenças apenas vistas,
Um paradoxo inexistente a me iludir…
−Poeta malandro! que enrola e se esquiva,
Responde! Responde! Pra quê inventar poesia?
Vidas, pessoas, fantasias são como cartas em um baralho;
Normalmente se confundem, às vezes se destacam.
−Agora foges dissimulado, petulante…
Que mal há nas interrogações?
Que dor é essa que em suas elipses se expõe?
O estudo das coisas e ponto
Não traz o conforto, apenas benfeitoria.
A conivência de amores em chama
Desfaz o remoto e apenas definha.
Um salário, dois carros, renome e um Porsche
Tudo que é ou não é Nada… a nada expia.
De repente só durmo acordado
E o meu peito em prelúdio constante vigia,
Percebe a presença das liras e confirma:
− “Como eu gosto e desgosto essa voraz poesia!”
[ 27-jul-2002 ]
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