sábado, 28 de junho de 2008

acróstico I

A moça de quem falo
Não peca pela indiscrição,
Ainda que viva feito pulsar.

Linda como alguma coisa brilhante,
Uma jóia viva e cheia de frescor.
Inocente e sutilmente lasciva,
Suprema em seu jeito manso.
Acho impossível descrevê-la.

Talvez fosse possível
Outra estratégia que
Lidasse com detalhes
E refletisse a luz
Dos seus
Olhos.

Passo em branco e é
Inútil
Zangar-se
Ante seus comentários ferais.

Pois sua essência
É branda e
Só depois de anos
Se fez clara e presente.
Ó, como pude ser tolo!
Acho-te a espécie mais bela!

A noite nos faz cúmplices enquanto
Rumamos aleatoriamente em uníssono.
Ainda falta tanto afeto percebido...
Usei o teu nome como guia,
Julguei a perfeição como ti,
Ou será que fiz só um elogio?

aos leitores: "acrósticos" são uma tradição familiar consolidada a pelo menos três gerações. esse foi o primeiro que fiz, então para facilitar escolhei um nome fácil que tivesse algum histórico mínimo (pois assim evito absurdos como versos sem cadência que não fazem o menor sentido para a pessoa homenageada pelo mesmo, mas para se resguardar é sempre bom adotar uma perspectiva amorosa "vinicius-de-moraesiana"... se rolar rolou, se enrolar enrolar, se ignorar...deixa pra lá... no fundo tanto faz...