segunda-feira, 5 de maio de 2008

Instinto maternal que desafia a natureza (ou Yom Kippur)

O assunto de hoje é o relacionamento
entre duas espécies distintas,
arquétipo milenares.

Artista e sua obra
que realiza o grande sonho
renascentista:
Parla!

E eu digo agora:
É o seu dia.

Muito penso sobre essa data
e é tanto que sinto.

Melodias em voz de soprano
da menininha com seus filhotes.
Enleio e acalanto.

Quantas memórias doces poderia elencar...

Para ser breve passo à próxima,
pois é a mais importante.

A criança mudara anunciando um desafio:
-- Quero ser gente por mim mesmo e abandonar o abrigo.
Viver aventuras ignotas!

Logo naquele instante um coração hemorragia
E a ferida aberta nunca poderia doer tanto.
Caso não percebesse na hora,
em seguida a veria ser partilhada
com distinta solidariedade.

Now here I am, mother,
Trying to dissuade you,
Avoiding most of the shrapnel,
And I endure amid some cries,
Hardly faltering as I plod along
My via crucis.

But such is our love,
We had amended.
Much more sincere than an armistice
Are the peaceful terms settled.

Mediado pela moça de versos
Que me convenceu a voltar a amá-la,
Como nem mesmo minha própria mãe
Haveria de merecer.

The higher we jump, the harder we fall.
So I felt a conspiring sweep
Eliminate the steady ground below.
Skydiving into a ravine...

Defy all logic, and please
Transfer to me guilt
From the decade past.
I beg of you!
Denounce your offspring and
Make do with a knife slashing through
Your first-born.

There you have it now:
Blood splurting at our feet
Can't really tell whether it's
Yours, mine or his.

Parece que pode ser a gota d'água
E olhamos assustados
Para o ser hostil a nossa frente.

(De todos os mitos helênicos,
Medéia inspira o máximo temor.
Transgride o porto seguro materno
E vitima entre contos de ninar...)

Machuca o esforço de ser otimista.
Ignorando cargas recentes,
Aquiesço a tolos pedidos
E desobstruo as mesmas portas de sempre.

Dia das mães.
Dia do perdão.



aos leitores: esse é outro dos complicados... cheio de histórias... cheios de mágoas... buscando alguma reconciliação, pois a vida é curta demais para acumular rancores...