sábado, 28 de junho de 2008

acróstico I

A moça de quem falo
Não peca pela indiscrição,
Ainda que viva feito pulsar.

Linda como alguma coisa brilhante,
Uma jóia viva e cheia de frescor.
Inocente e sutilmente lasciva,
Suprema em seu jeito manso.
Acho impossível descrevê-la.

Talvez fosse possível
Outra estratégia que
Lidasse com detalhes
E refletisse a luz
Dos seus
Olhos.

Passo em branco e é
Inútil
Zangar-se
Ante seus comentários ferais.

Pois sua essência
É branda e
Só depois de anos
Se fez clara e presente.
Ó, como pude ser tolo!
Acho-te a espécie mais bela!

A noite nos faz cúmplices enquanto
Rumamos aleatoriamente em uníssono.
Ainda falta tanto afeto percebido...
Usei o teu nome como guia,
Julguei a perfeição como ti,
Ou será que fiz só um elogio?

aos leitores: "acrósticos" são uma tradição familiar consolidada a pelo menos três gerações. esse foi o primeiro que fiz, então para facilitar escolhei um nome fácil que tivesse algum histórico mínimo (pois assim evito absurdos como versos sem cadência que não fazem o menor sentido para a pessoa homenageada pelo mesmo, mas para se resguardar é sempre bom adotar uma perspectiva amorosa "vinicius-de-moraesiana"... se rolar rolou, se enrolar enrolar, se ignorar...deixa pra lá... no fundo tanto faz...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

roça libre *

400 ml de coca-cola normal + 6 cubos de gelo + 1 colher de sopa de ovomaltine + 1 dose de pinga = roça libre

* medidas podem variar...



aos leitores: esse drink é horrível, não façam isso em casa (nem com a supervisão dos pais)...

terça-feira, 17 de junho de 2008

tão simples

novamente há manchas
onde jazia o branco
do inverso destas linhas.

minha mente hesita e dança,
faz mistério e terapia.

desordeira vida urbana
em suplício e agonia!

sem saber qual é o plano,
à espera de uma rima?

quantificando o fôlego manso
do limite à utopia,
risco frases em quebranto --
rotas de fuga ao dia-a-dia:

perseverar ignorando
significados/etimologia

[16.jun.2008 14h22min]


aos leitores: uma fase bacana dos últimos tempos... uma homenagem a santa teresa e seus habitantes (mesmo os temporários)

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Europa (intro) by Max Von Sidow

You will now listen to my voice.
My voice will help you and guide
you still deeper into Europa.

Every time you hear my voice,
with every word and every number,
you will enter a still deeper layer,
open, relaxed and receptive.

I shall now count from one to ten.
On the count of ten,
you will be in Europa.

I say one.

And as you focus your attention
entirely on my voice,
you will slowly begin to relax.

Two.

Your hands and your fingers are
getting warmer and heavier.

Three.

The warmth is spreading through
your arms, to your shoulders
and your neck.

Four.

Your feet and your legs get heavier.

Five.

The warmth is spreading
to the whole of your body.

On six I want you to go deeper.

I say six.

And the whole of your relaxed
body is slowly beginning to sink.

Seven.

You go deeper and deeper and
deeper.

Eight.

On every breath you take you go
deeper.

Nine.

You are floating.

On the mental count of ten you
will be in Europa.

Be there at ten.

I say ten.

aos leitores: um prólogo muito bacana, assistam a esse filme!

domingo, 8 de junho de 2008

A number with Mister M

Oh joyful bliss of vengeance
that smythes your puny deeds!
Look how it springs and bursts
at your marveled feet!
Can it be a light for real
and unveil the clout of deceit?

As I await the final deliverance
from this ordeal, let peace
and fortitude prevail,
transcending foes into mincemeat.

And to savor such an exquisite banquet
before awe-struck eyes
hypnotized by debonair.

The boldest moves disguised by a sleigh of hand,
teleporting me into redemption like a trick.
It all seems so simple...

Let this be the only published guidelines
detailing the inner workings that allow you
to go from point A to B
without notice.

There we have it! Out is a man
(replacing the black sheep)
with a blank fearless stance,
cooking his bile and
bringing the most perfect gift.

How did he do that?!




aos leitores: isso aqui foi beem legal, uma vingança pacífica... uma tentativa de recuperar um pinguinho de dignidade perante pessoas que me acompanharam durante a infância... vou me reservar o direito de só falar isso neste espaço.

sábado, 7 de junho de 2008

Eterno retorno

”Luto preto é vaidade
Neste funeral de amor
O meu luto é a saudade
E saudade não tem cor”
(Noel Rosa in “Silêncio de um minuto”)


Contei as horas e repassei cada momento em sua companhia

Lamentando a ira juvenil logo de partida
Maravilhado com a trama urdida a fado
De novo persisti monolítico
Esvaziando as rotas de fuga

Acompanho as velhas pegadas
Corríamos loucos ribanceira abaixo

A perfeita sincronia
A negação do indivíduo

Desesperadamente
Como ao final da maratona de dança

Olhei o suor no chão
Contando a história gota a gota
o que foi construído
o que já se perdeu
o que ainda vive em mim

Não

Não compreenderiam a intensidade do vínculo
Muito além das horas no dia
Aspirando à cumplicidade plena

Se fosse preciso reduzir
Tanto tempo a um único derradeiro instante
Passaria feliz a eternidade
A descartar bagagens ao umbral da porta
Para içá-la bem alto
Rodando e rodando
Em pânico de beijos e abraços e

Aplacar o turbilhão da saudade


(04-dez-2006 17h40min / um poeminha perdido entre bytes)


aos leitores: uma reciclagem poética... acho que foi uma das duas melhores poesias que poderia dedicar à 'donzela poética'... lembrança do regresso de uma viagem longa.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

"Um drinque à distância"

tava lá no começo da rua... sentado em um banco, com uma cervejinha no outro e as muletas encostadas num terceiro, vazio,
e então começaram a aparecer umas frases...
(é difícil acontecer de repente, sabe?)
era algo mais ou menos assim...

um brinde à bebida ausente!
eu te saúdo mesmo à distância,
imaginando ébrias alegrias,
como se estivesse tão próxima
quanto a nossa comunicação...


(pronto, acabou...)



aos leitores: para uma amiguinha bacana que não pude conhecer em pessoa...