segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Pesadelo paralítico

Eu tento dormir e não consigo.
Preciso fugir pro abrigo.
Me esmagam, viro pó: inimigo.
"Nem tudo está perdido,
tudo está perdido..."

Eu quero acordar (não!) -
é impossível.
Trancado em desespero
incapaz de me mover
Vai tudo prum inferno de
fumaça e sem amor eterno
"O passado não existe,
repassados dias tristes"

Eu não sei exatamente
o que é preciso fazer
Eu tento e não consigo,
Preciso de um abrigo
Acordar desse presídio,
Matar o inimigo
"Um transe sem sentido, um esquema inofensivo"

Eu não vou lutar com esses tiros
Defeitos de um passado sangüíneo
Perdido e confundido
Desgraçado e sozinho

Meliante almofadinha
escrevendo um inciso
Condenando sem juízo
um qualquer indeciso

Eu vejo um problema e preciso saber
Quanto custa o pecado, se há venda no mercado
Sem fatura ou compra a prazo.
A enchente continua, a miséria e as putas
Muita raça (vê se escuta!) não desiste dessa luta
Bate no peito, bombeia o sangue

"Ainda estamos todos vivos
No faz-de-conta fictício
Consertando um pedacinho
De cada vez"